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Saída da NATO pode ser "pilar do segundo mandato" de Trump

O editor da organização de jornalismo investigativo ProPublica considerou à Lusa que é possível que uma saída dos Estados Unidos da NATO se torne "potencialmente, um pilar do segundo mandato" do Presidente Donald Trump.

Saída da NATO pode ser "pilar do segundo mandato" de Trump
Notícias ao Minuto

21:08 - 25/08/20 por Lusa

Mundo ProPublica

Stephen Engelberg, cofundador e editor de uma organização que tem mais de 100 jornalistas a investigar abusos de poder ou de confiança, disse à agência Lusa que "suspeita" que Donald Trump leve os Estados Unidos a sair da NATO num eventual segundo mandato presidencial, "com o dinheiro a ficar cada vez mais apertado e com o género de uma calamidade económica nos Estados Unidos".

O jornalista explicou que, mesmo sem conhecimento interno da agenda do segundo mandato, já existe um padrão das coisas que o Presidente defende em política externa: "Trump disse, repetidas vezes, que não via o valor da NATO ou a razão de os EUA fazerem parte".

Stephen Engelberg considerou que "Trump queria que os países gastassem mais do seu orçamento anual para a NATO, e isso não tem acontecido. Assim, pode imaginar que isto seria, potencialmente, um pilar do segundo mandato".

"Isso é muito triste, porque despedaça mais de meio século de cooperação transatlântica que já foi muito próspera", comentou.

O editor classificou que a retirada dos EUA da organização de Defesa, que foi criada em 1949 depois da primeira Guerra mundial para proteger aliados de ataques do bloco soviético, "seria o sonho da Rússia".

Engelberg mencionou uma lista de objetivos que o Presidente russo, Vladimir Putin, tinha declarado entre 2016 e 2024: "A América fora da NATO seria um dos primeiros pontos".

A ação pode ser "retratada como uma vontade popular" americana, referiu também o jornalista, que trabalhou para o jornal The New York Times durante quase 20 anos.

"Se olharmos para a convenção Republicana" que se iniciou na segunda-feira, já com a formalização do apoio do partido à reeleição de Donald Trump, os membros "não escolheram apoiar nenhuma política específica, mas apoiar o que Trump quer fazer", argumentou Stephen Engelberg.

Ainda assim, comentou: "não sei se esta ameaça é mais significativa do que já era há um ano".

Se a saída vir a acontecer, como também foi previsto pelo analista político Max Bergmann à Lusa, o editor da ProPublica disse acreditar que isso venha a enfraquecer "de modo expressivo" as capacidades da NATO mas que não signifique "necessariamente o fim da organização", já que os outros Estados-membros, como França (um dos 12 fundadores) e Alemanha "não são pequenos".

"Mas, certamente, reduziria as operações militares da NATO em comparação com a presença dos Estados Unidos, que fornecem quantidades e montantes significativos de recursos militares e informações dos serviços de Inteligência", considerou Stephen Engelberg.

Se Donald Trump tiver um segundo mandato na Casa Branca, o editor prevê que "os Estados Unidos se isolem, cada vez mais, atrás dos seus oceanos".

Na visão de Engelberg, já se começa a concretizar "o início do que parece um mundo novo e se Donald Trump tiver mais quatro anos na presidência, será certamente um mundo em que a América já não lidera e em que a Europa e a China se tornam os atores mundiais predominantes".

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