MNE italiano recebe homólogo chinês e ativista exige "posição dura"
O ativista pró-democracia de Hong Kong Nathan Law pediu hoje ao Governo italiano que tenha uma posição dura face às políticas de Pequim na região semi-autónoma durante a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês a Roma.
© Getty Images
Mundo Hong Kong
No exterior do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Itália e acompanhado por uma delegação parlamentar italiana, Nathan Law afirmou que Itália devia estar em linha com a posição da União Europeia.
Law disse que não entender "porque é que o Governo italiano não está a seguir" a posição da União Europeia relativamente às recentes ações da China em Hong Kong.
O ministro dos Negócio Estrangeiros italiano, Luigi di Maio, reúne-se hoje com o homólogo chinês, Wang Li, que deverá ainda deslocar-se a França, Alemanha, Países Baixos e Noruega.
Trata-se da primeira viagem de Wang ao exterior desde o surto de covid-19 na China, que se transformou numa pandemia global.
Law reclamou que a reunião foi anunciada a curto prazo e que o conteúdo permaneceu secreto, o que dificultou uma preparação adequada.
Ainda assim, o ativista entregou uma carta a di Maio pedindo que abordasse "os problemas de Hong Kong e as violações dos direitos humanos" durante a reunião.
"Precisamos de trabalhar juntos para formar uma forte aliança para ir contra a natureza autoritária da China", afirmou, acrescentando que o silenciamento de um denunciante chinês durante o surto do novo coronavírus é um dos exemplos de danos causados por ações autoritárias.
O principal item de agenda do diplomata chinês na Europa prevê-se que seja pressionar os países a garantirem acesso da gigante de telecomunicações Huawei ao mercado europeu, aumentar os esforços para que os países europeus mantenham o silêncio sobre Hong Kong e que tomem o lado de Pequim na guerra tarifária com Washington.
No ano passado, a Itália foi a primeira grande democracia a assinar um acordo para se juntar à iniciativa chinesa "Uma Faixa, Uma Rota".
O programa inclui grandes investimentos em infraestruturas para criar um canal para o comércio e a indústria de construção da China.
Tanto os Estados Unidos como os parceiros europeus de Itália veem isso como uma ameaça, já que a China procura projetar o seu poder.
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