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Incêndio no Canal de Moçambique é "um grave ferimento à democracia"

O presidente da Renamo, principal partido de oposição em Moçambique, manifestou hoje solidariedade ao semanário Canal de Moçambique pelo incêndio, provocado por fogo posto, na redação do jornal, considerando que se trata de um "grave ferimento à democracia".

Incêndio no Canal de Moçambique é "um grave ferimento à democracia"
Notícias ao Minuto

15:14 - 24/08/20 por Lusa

Mundo Renamo

"A agressão que o Canal de Moçambique sofreu é um grave ferimento à democracia e ao Estado de Direito. Os autores desse crime não devem ficar impunes como sempre", disse o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, numa mensagem divulgada na sua página da rede social Facebook.

A redação do semanário Canal de Moçambique, localizada no centro de Maputo, ficou destruída, quando desconhecidos atearam fogo na noite de domingo, disse hoje à Lusa o editor da publicação, André Mulungo.

O incêndio atingiu a estrutura de produção do semanário e do jornal "online" CanalMoz, pertencente à mesma sociedade de media.

Ossufo Momade defendeu que "as agressões contra a liberdade de imprensa devem ser repudiadas devido à inconstitucionalidade e covardia" que representam, acrescentando que não devem ser toleradas.

"Esse caso não deve ser mais um que será arquivado, exigimos às autoridades competentes que levem a investigação deste assunto com a devida seriedade e celeridade", disse Ossufo Momade.

Também a Nova Democracia (ND), um partido sem assento no parlamento, considerou que o incêndio na redação do Canal de Moçambique é "uma tentativa de intimidação e bloqueio".

"Estas práticas macabras representam a corrosão da liberdade e integridade física dos que opinam diferente", refere um comunicado do partido enviado hoje à comunicação social.

A Nova Democracia manifestou também apoio e solidariedade ao Canal de Moçambique, lembrando alguns casos de ameaças a ativistas e jornalistas no país.

"A nossa posição de indignação estende-se aos jornalistas e ativistas precursores da liberdade que em todo o país têm sofrido sevícias e agressões no exercício do seu dever e direito de informar e consciencializar", acrescenta o comunicado da Nova Democracia.

O caso foi remetido à 6.ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM) da Cidade de Maputo, aguardando-se que as autoridades apurem as circunstâncias e os autores do fogo posto.

O Canal de Moçambique é um dos principais semanários do país e tem-se destacado por trabalhar em matérias como corrupção e governação.

O jornal já foi várias vezes alvo de processos judiciais por alegada calúnia e o seu diretor-executivo, Matias Guente, foi recentemente intimado pela Procuradoria-Geral da República para responder a perguntas sobre textos que o semanário escreveu envolvendo contratos na área de segurança entre o Governo e as multinacionais petrolíferas que operam na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

No final do último ano, Matias Guente escapou a uma tentativa de rapto em Maputo, um episódio também ainda por ser esclarecido e que gerou repúdio por parte de várias entidades moçambicanas e internacionais, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia.

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