O ministro dos Negócios Estrangeiros da Eslováquia, Ivan Korcok, comentou este caso depois de um jornal belga ter divulgado esta semana um vídeo que mostra um elemento da polícia federal belga sentado em cima do cidadão eslovaco, que está deitado de bruços num colchão, e uma outra agente a fazer aparentemente a saudação nazi.

"Não há lugar para tais práticas na sociedade democrática", declarou Ivan Korcok, durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo alemão, Heiko Maas.

Os factos remontam à noite de 23 para 24 de fevereiro de 2018, no Aeroporto de Charleroi, em Bruxelas, quando um passageiro, identificado como Jozef Chovanec, de 38 anos e origem eslovaca, foi agredido por elementos das forças de segurança.

Na altura, a polícia justificou a agressão com o comportamento agitado que Chovanec demonstrava, que não quis apresentar o bilhete de embarque e que foi impedido de embarcar.

O passageiro acabou por morrer poucos dias depois do incidente.

O ministro eslovaco frisou que o vídeo das câmaras de segurança agora publicado, que mostra a sala de detenção do aeroporto, revela uma "brutalidade policial inadequada e absolutamente inaceitável" que chocou a Eslováquia.

Ivan Korcok avançou ainda que o ministério que tutela enviou uma nota às autoridades belgas com um pedido de investigação.

O mesmo vídeo de segurança também mostra Jozef Chovanecn a bater repetidamente com a cabeça contra a parede da sala de detenção do aeroporto.

Na quinta-feira, e após a divulgação pública destas imagens, o 'número dois' da polícia federal belga, André Desenfants, anunciou que iria suspender temporariamente as suas funções até que esteja concluída uma investigação à atuação das forças de segurança.

O chefe da diplomacia da Eslováquia saudou esta atitude de Desenfants.

Também o Governo belga reagiu de forma vigorosa às imagens divulgadas, com o ministro da Justiça, Koen Geens, a classificar o vídeo como "impróprio e totalmente chocante".

Já o ministro do Interior belga, Pieter De Crem, disse que "as circunstâncias precisam de ser esclarecidas e que uma investigação está em curso".

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