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Mais de metade da população do Líbano está "presa na pobreza"

Mais de metade da população do Líbano está "presa na pobreza", num contexto de crise económica aguda, mesmo antes da gigantesca explosão mortal em agosto em Beirute, disse hoje a Organização das Nações Unidas (ONU).

Mais de metade da população do Líbano está "presa na pobreza"
Notícias ao Minuto

19:31 - 19/08/20 por Lusa

Mundo Líbano

"Estima-se que mais de 55% da população do país está agora presa na pobreza e a lutar pelo acesso aos bens de primeira necessidade", frisou em maio a Comissão Económica e Social das Nações Unidas para a Ásia Ocidental (ESCWA), em comparação com 28% em 2019.

De acordo com a ESCWA, 23% da população vive em extrema pobreza, um aumento face aos 8% do ano passado.

Em 04 de agosto uma enorme explosão no porto de Beirute matou pelo menos 181 pessoas, feriu mais de 6.500 e devastou grande parte da capital.

As autoridades já não comunicam o número de pessoas desaparecidas.

Esta tragédia vem juntar-se às dificuldades económicas do país, acentuadas pela pandemia provocada pelo novo coronavírus. Dezenas de milhares de libaneses perderam os seus empregos ou parte dos seus rendimentos.

O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários afirmou hoje, em comunicado, que "mais de 70.000 empregados perderam os seus empregos desde a explosão, com efeitos diretos em 12.000 lares".

A classe média, que representava 57% da população em 2019, não será mais de 40% em 2020, de acordo com a ESCWA.

"O verdadeiro desafio para o Líbano é que este grupo [a classe média], que representa a maior parte do capital humano do país, pode querer fugir da situação económica incerta e procurar emigrar", acrescentou a agência da ONU.

Nos últimos meses, cada vez mais libaneses da classe média têm tentado emigrar, fortemente afetados pela vertiginosa depreciação da libra libanesa, pela inflação galopante, pelas restrições draconianas à retirada do dólar e pela deterioração dos serviços públicos.

Num país onde a redistribuição da riqueza está entre as mais desiguais do mundo, os libaneses que são considerados os mais abastados representavam 15% da população em 2019. Atualmente, refere a ESCWA, constituem apenas 5% da população.

Segundo os últimos números das autoridades libanesas, 45% da população vive abaixo do limiar da pobreza.

Na terça-feira foi decretado o reconfinamento durante duas semanas, a partir de sexta-feira, devido ao número recorde de casos de covid-19.

A última avaliação feita hoje pelas autoridades libanesas indica 10.347 casos desde o início do surto, incluindo 109 mortes.

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