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Foto de embaixador chinês a caminhar sobre pessoas foi "mal interpretada"

A imagem foi captada durante a visita do diplomata a uma das ilhas do Kiribati. Foi criticada pela atitude que simboliza a crescente influência de Pequim no Pacífico, mas o kiribatianos dizem tratar-se de um cerimónia tradicional de boas-vindas.

Foto de embaixador chinês a caminhar sobre pessoas foi "mal interpretada"
Notícias ao Minuto

18:16 - 19/08/20 por Notícias Ao Minuto

Mundo Polémica

Uma fotografia que mostra o embaixador chinês no Kiribati a caminhar sobre as costas de locais durante uma cerimónia de boas-vindas gerou uma onda de críticas e um debate em torno do contexto cultural da imagem e da forma como foi interpretada.

No início deste mês, o embaixador Tang Songgen visitou a ilha kiribatiana de Marakei. A fotografia da sua receção a caminhar sobre as costas de locais e de mão dada com duas mulheres que vestem indumentárias tradicionais tem sido criticada, com vários analistas a argumentarem que simboliza a crescente influência da China no Kiribati e na região do Pacífico, segundo o The Guardian.

Outros diplomatas criticaram o comportamento de Tang Songgen. O enviado do Departamento de Defesa dos Estados Unidos para cinco ilhas do Pacífico, entre as quais Kiribati, o Comandante Constantine Panayiotou, afirmou “não conseguir imaginar um cenário em que caminhar sobre as costas de crianças seja um comportamento aceitável de um embaixador”.

Bruce Cowled, o responsável para o Pacífico da Austrália, referiu esta terça-feira que não participou numa cerimónia semelhante.

No entanto, muitos kiribatianos esclareceram que se trata de uma cerimónia tradicional e que foi “mal interpretada” e retirada do contexto.

“Esta é a forma de mostrar respeito pelos convidados na nossa ilha. Se um homem estrangeiro casa com uma mulher, os homens da família deitam-se no chão como forma de lhe darem as boas-vindas. Quanto às mulheres, os homens carregam-nas em ombros. A mesma forma de dar as boas-vindas pode ser observada durante casamentos e nas primeiras visitas. Não vamos manipular factos para encaixar nas nossas narrativas”, sublinhou Adlih Ztuhcs.

Katerina Teaiwa, professora da Australian National University, frisou que, embora o simbolismo possa ser poderoso, os cidadãos de Marakei aparentaram mostrar honra e hospitalidade, em vez de qualquer forma de subjugação.

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