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Jordânia: Manifestações silenciadas, sinal de aumento da "repressão"

A Jordânia aplicou medidas inéditas para silenciar a cobertura mediática de manifestações de professores após o encerramento do seu sindicato, sinal de um "resvalar para a repressão" no país, considerou hoje a organização Human Rights Watch (HRW).

Jordânia: Manifestações silenciadas, sinal de aumento da "repressão"
Notícias ao Minuto

13:17 - 18/08/20 por Lusa

Mundo HRW

A 25 de julho, a justiça jordana proibiu a atividade da Associação de Professores e ordenou o encerramento das suas instalações durante dois anos.

A decisão ocorreu após uma manifestação organizada pelo sindicato para reclamar ao governo o cumprimento de um acordo de 2019 sobre o aumento de salários. O governo anunciou em abril o congelamento dos aumentos dos salários da administração pública em 2020, devido nomeadamente à crise económica motivada pela pandemia no novo coronavírus.

Num comunicado, a organização de defesa dos direitos humanos HRW indica que a justiça jordana silenciou a imprensa ao proibir a publicação de pormenores sobre o encerramento do sindicato e que os serviços de segurança reprimiram a cobertura dos protestos que se seguiram.

"As autoridades detiveram pelo menos dois jornalistas devido à cobertura que fizeram das manifestações de professores, dois outros foram espancados pelas forças de segurança quando tentavam fazer a cobertura do protesto", precisa.

"A redução da margem de manobra dos jornalistas na Jordânia reflete o resvalar do país para a repressão", afirma Michael Page, diretor da HRW para o Médio Oriente, citado no comunicado.

Segundo Page, a proibição de cobertura das manifestações de professores é "a última de uma série de restrições à liberdade de imprensa" na Jordânia.

A HRW diz ter entrevistado oito jornalistas que trabalham na Jordânia, locais e estrangeiros.

"Todos disseram ter registado mais restrições ao seu trabalho, seja através de ordens de silêncio (para intimidar o jornalista), assédio por parte das forças de segurança ou confisco de carteiras profissionais", refere a organização de defesa dos direitos humanos.

A jornalista e ativista dos direitos das mulheres Rana Husseini disse à HRW que se autocensurou em diversas ocasiões para evitar ser vítima de repressão.

"Não podemos falar, não podemos falar dos problemas que interessam à opinião pública", lamentou.

"Eles (as autoridades) deviam permitir-nos trabalhar livremente ou então tudo parecerá ter saído da boca do governo", adiantou a jornalista.

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