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Vários anos após pedido, Knorr vai remover designação de "molho cigano"

A marca alemã manteve a designação apesar de um pedido, feito em 2013, para a sua remoção. Agora, por iniciativa própria, vai dar um novo nome ao produto.

Vários anos após pedido, Knorr vai remover designação de "molho cigano"
Notícias ao Minuto

10:26 - 17/08/20 por Notícias Ao Minuto

Mundo Racismo

A Knorr deu a conhecer este fim de semana a sua intenção de eliminar a designação 'Zigeunersauce' (literalmente, molho cigano) dos seus produtos. Agora, o molho à base de concentrado de tomate, paprika húngara, pimento e cebola, quem mantém o mesmo nome desde 1903, vai passar a chamar-se 'Molho paprika ao estilo húngaro'.

"Sendo que o termo 'molho cigano' pode ser interpretado de forma negativa, decidimos dar ao nosso molho Knorr um novo nome", indicou a Unilever, dona da Knorr, através de comunicado, citado pelo Bild.

Sublinhe-se que 'Zigeuner' é uma expressão alemã com caráter depreciativo, que era usada para designar minorias em situações de pobreza e exclusão, como as etnias ciganas Roma ou Sinti.

O tradicional 'molho cigano', ou 'Zigeuner', que em França se chama 'à la zingara', é popular na Europa desde o século passado, mas tem a sua origem na Hungria e não em etnias ciganas. Na Alemanha e na Áustria é muito conhecido o 'Zigeunerschnitzel', um prato de carne coberta com o molho em causa.

A decisão de mudar o nome é feita por iniciativa própria, mas após vários anos de avisos. Em 2013, uma associação alemã para pessoas de etnias ciganas pediu que a designação fosse retirada dos produtos da Knorr, mas empresa defendeu-se das acusações de racismo dizendo que o nome tem uma tradição de 100 anos.

Agora, mudaram de ideias. O responsável pela organização, Romani Rose, indicou ao Bild que a multinacional especializada em conservas e concentrados mais não fez do que "reagir às queixas de várias pessoas".

Rose acrescentou, porém, que a maior preocupação neste momento é a onda de ódio contra as etnias ciganas que parece proliferar na Alemanha e na Europa. "Neste contexto, as maiores urgências do conselho não são o 'Zigeunersauce' ou o 'Zigeunerschnitzel'", lamentou.

Em julho, recorde-se, cinco homens confessaram a autoria de um ataque a uma família cigana, no sul da Alemanha. Deixaram um animal morto no acampamento, assim como um cartaz a dizer que "não são bem-vindos". Depois, atiraram uma tocha a arder para dentro de casa, onde estava um bebé a dormir.

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