De acordo com a agência de notícias dos Emirados, WAM, foi entregue uma "nota de protesto muito forte", na qual assinalou que as declarações do presidente iraniano, Hassan Rouhani, são "inaceitáveis e incitadoras", e "implicam sérias repercussões para a segurança e estabilidade do golfo" Pérsico.

No sábado, Rouhani qualificou o acordo dos Emirados com Israel de "ato erróneo, e uma traição dos muçulmanos", segundo declarações difundidas pela agência local, ISNA.

"Nestes dias, encontramo-nos com um país vizinho que, lamentavelmente, se aproximou e contactou com o inimigo do mundo islâmico e da região, e um assassino dos palestinianos", disse o presidente iraniano.

O Governo dos Emirados manifestou ao ministro iraniano, o seu "repúdio absoluto pela linguagem incendiária por parte das autoridades iranianas depois de assinado o acordo" com Israel.

Para além disso, considerou-o "uma interferência nos assuntos internos e um ataque à soberania" dos Emirados, segundo a agência do país.

Na sua página da internet, a guarda revolucionária iraniana também comentou o acordo, escrevendo que "mais tarde ou mais cedo, os governantes dos Emirados Árabes Unidos vão receber uma resposta decisiva e instrutiva do povo deste país [Irão] pela humilhação histórica provocada por esta estupidez dos seus líderes, ao aceitarem um acordo de normalização de relações com um Israel usurpador".

O acordo foi anunciado na quinta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Donal Trump, e hoje os dois países deram os primeiros passos da normalização de relações, estabelecendo a comunicação telefónica entre ambos.

Esta aproximação já foi considerada histórica pelos observadores internacionais, e coloca Abu Dabi como o terceiro país árabe a seguir esta via, após a criação do Estado hebraico, depois do Egito, em 1979, e da Jordânia, em 1994.

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