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Acordo é "punhal envenenado" para o coração palestino

O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, disse hoje que o acordo de normalização entre Israel e os Emirados Árabes Unidos (EAU) é uma "adaga envenenada" no coração dos palestinianos.

Acordo é "punhal envenenado" para o coração palestino
Notícias ao Minuto

15:46 - 16/08/20 por Lusa

Mundo Palestina

Segundo a agência EFE, Saeb Erekat afirmou que a Palestina tentará impedir que outros países árabes façam o mesmo acordo.

O anúncio, no dia 13, de que Israel e EAU iriam estabelecer relações diplomáticas caiu muito mal entre os palestinianos, refere a EFE.

Vários políticos questionaram a decisão e muitos habitantes de Gaza e da Cisjordânia ocupada saíram às ruas para mostrar o seu descontentamento com a medida, que classificaram como "traição".

Saeb Erekat, que além do cargo na OLP é o principal negociador palestiniano, explicou hoje aos jornalistas alguns dos fatores do mal-estar com os Emirados Árabes Unidos, sendo o principal o que considera uma "falta de honestidade" por parte dos líderes deste país.

"Poderiam ter dito que os seus interesses exigem que eles tenham relações com Israel por causa de inimizade com o Irão ou poderiam ter admitido que era para agradar aos Estados Unidos, mas dizer que o estão a fazer no interesse dos palestinianos é absolutamente inaceitável", sublinhou Erekat, citado pela EFE.

O secretário-geral da OLP acrescentou ainda que não entende o que Abu Dhabi vai ganhar com a decisão.

"Realmente quero saber quais são os interesses a longo prazo dessa medida. Alguns dizem que necessitam de especialistas de Israel, mas, com o dinheiro que têm, podem ter especialistas de qualquer país do mundo, melhor do que os israelitas. Será que acreditam que Israel os ajudará se o Irão os atacar? Estão loucos? Por isso, pedimos que recuem e digam a Israel que estão dispostos a ter relações diplomáticas apenas quando a ocupação terminar e o problema com os palestinianos for resolvido", acrescentou.

Além da comunicação com o Governo dos Emirados, Erekat reconheceu que estão em contacto com os líderes de outros países árabes, incluindo a Arábia Saudita, Omã e Bahrein, para solicitar que não sigam os passos dos EAU e que defendam a posição palestiniana perante a comunidade internacional.

Os palestinianos solicitaram a realização de reuniões urgentes da Liga Árabe e da Organização para a Cooperação Islâmica (OIC), o que não se concretizou, por isso a OLP pediu a renúncia dos secretários-gerais de ambas as organizações.

A EFE refere ainda que Saeb Erekat explicou porque considera que o estabelecimento de relações diplomáticas significa que a solução dos dois Estados já não é viável.

"Por que é que [o primeiro-ministro israelita Benjamin] Netanyahu falaria agora de uma solução de dois estados se ele pensa que os países árabes farão as pazes com Israel aceitando o 'status quo' em que nós, palestinianos, estamos sob ocupação? Por que estaria interessado em conversar comigo?", questionou.

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