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Israel/Emirados. Grupo de universitários do Irão protestam contra pacto

Cerca de 50 estudantes universitários iranianos Basijis (voluntários islâmicos) concentraram-se hoje à porta da embaixada dos Emirados Árabes Unidos, em protesto contra o pacto com Israel para normalizar as suas relações diplomáticas, refere a agência EFE.

Israel/Emirados. Grupo de universitários do Irão protestam contra pacto
Notícias ao Minuto

17:34 - 15/08/20 por Lusa

Mundo Israel/Emirados

Segundo a agência EFE, os manifestantes exibiam cartazes e faixas que diziam: "Israel é uma fonte de corrupção. Um acordo com Israel é proibido pela 'sharia' por toda a eternidade", "não ao vergonhoso plano de paz de Trump".

Os estudantes também gritaram morte aos Estados Unidos, morte a Israel e a Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelita, e queimaram bandeiras de Israel e dos Estados Unidos.

Entre 'slogans', os manifestantes expressaram a sua ira pelo pacto, que classificam como "traição" contra a comunidade muçulmana, e asseguram que os líderes dos Emirados Árabes Unidos se arrependerão desta reaproximação com Israel, que é resultado da "conspiração" do governo dos Estados Unidos, refere a EFE.

Também o governo e o Corpo de Guardiões Revolucionários do Irão condenaram veementemente o pacto entre Israel e os Emirados, a que chamaram de "traição" contra a comunidade muçulmana.

"Este ato é condenável, errado e uma traição aos muçulmanos", disse o presidente do Irão, Hassan Rouhani, em declarações divulgadas pela agência de notícias iraniana local ISNA, citada pela EFE.

"Hoje em dia, encontramos um país vizinho que lamentavelmente se aproximou e contactou com o inimigo do mundo islâmico e da região e com o assassino dos palestinos", disse Rohani em referência aos Emirados Árabes Unidos.

O presidente do Irão acrescentou que os Emirados são "um país que tem muçulmanos, mas os seus governantes têm a ideia errada de que sua economia e segurança só serão proporcionadas pela reaproximação aos Estados Unidos e ao regime sionista", acrescentou.

O Corpo de Guardiões da Revolução Iraniana alertou hoje os EUA sobre "um futuro perigoso" desse pacto.

"Esta medida não só não atenderá aos interesses do regime sionista (Israel), mas anulará o sonho de um novo Médio Oriente e preparará um futuro perigoso para os Estados Unidos e os defensores do acordo", disse aquele Corpo de elite, num comunicado publicado na sua página oficial, citado pela EFE.

O texto publicado acrescenta: "Mais cedo ou mais tarde, os governantes dos Emirados Árabes Unidos terão que esperar a resposta decisiva e instrutiva do povo deste país à humilhação histórica causada pela estupidez dos seus líderes, ao revelar o acordo de normalização com um Israel usurpador".

Segundo a EFE, os Emirados Árabes Unidos tornaram-se na quinta-feira, 13 de agosto, o terceiro país árabe a normalizar as suas relações com Israel, depois dos acordos de paz assinados pelo Egito em 1979 e pela Jordânia em 1994, e é o primeiro Estado do Golfo Pérsico a dar esse passo.

Este acordo histórico, que teve os EUA como mediadores, estipula que as autoridades israelitas suspendam temporariamente a anexação de parte da Cisjordânia.

Os Emirados Árabes Unidos garantiram que o entendimento visa redirecionar o processo de paz e a possibilidade de criação de um estado palestino.

Mas, segundo a EFE, para os palestinos é um acordo que legitima a atual ocupação israelita e que quebra o consenso de não estabelecer relações com Israel até a criação de uma Palestina soberana.

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