POUPANÇA NO MINUTO
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Sobreviveu à 2.ª Guerra e à pandemia. Agora licenciou-se... aos 96 anos
É o licenciado mais velho de Itália.
© Reuters
Mundo Covid-19
Giuseppe Paterno já enfrentou vários testes na sua longa vida. Desde crescer na pobreza, à Guerra e, mais recentemente, a pandemia de Covid-19. Mas, sem nunca desistir, aos 96 anos, fez um último teste e é agora o velho licenciado de Itália.
No final de julho, o antigo trabalhador ferroviário deu um passo em frente para receber o seu diploma e a tradicional coroa de louro concedida aos estudantes italianos no final do curso. Foi aplaudido pela família, professores e colegas, alguns mais novos que Giuseppe 70 anos. "Sou uma pessoa normal, como tantas outras", disse, ao explicar à Reuters o que sentia por se licenciar tão tarde.
Cresceu a adorar livros, mas nunca teve a hipótese de estudar para além da escola básica. Já estava na casa dos 90 quando se inscreveu para tirar o curso em História e Filosofia. "Disse para mim próprio 'é agora ou nunca' e por isso, em 2017, decidi inscrever-me", contou, acrescentando que percebeu que "talvez fosse um bocadinho tarde de mais" para fazer um curso de três anos, mas no final pensou: "Vamos lá ver se consigo fazer isto".
O desejo de conhecimento já vem de trás. Cresceu numa família pobre na Sicília, juntou-se à Marinha e serviu durante a Segunda Guerra Mundial, antes de ir trabalhar para os comboios, casar e ter filhos. A sociedade naquele momento estava focada em reconstruir depois da Guerra e o trabalho e a família eram as prioridades, mas Giuseppe queria aprender mais e por isso acabou o secundário aos 31 anos.
Sobre as aulas durante a pandemia, confessou o pouco à vontade que sentia com as aulas por videochamada que substituíram a sala de aula durante o isolamento, mas disse não ter ficado melindrado com a doença. "Tudo aquilo tornou-nos mais fortes, todos os que ainda estão vivos e que passaram por o que passei. Não nos assustou assim tanto".
Giuseppe não tenciona parar agora que se licenciou, dizendo querer dedicar-se à escrita. "Quero revistar todos os textos que não tive oportunidade de explorar mais. Esse é o meu objetivo", rematou.
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