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Associações alertam ONU sobre condições de migrantes no norte de França

Associações que ajudam migrantes em Calais, no norte de França, anunciaram terem reunido com sete relatores especiais das Nações Unidas para os direitos humanos para os alertar sobre as condições de vida "desumanas" dos migrantes na região.

Associações alertam ONU sobre condições de migrantes no norte de França
Notícias ao Minuto

15:17 - 14/08/20 por Lusa

Mundo Migrações

As 13 associações, incluindo a Auberge des Migrants, Médecins du Monde e Secours Catholique, também apelaram neste mesmo sentido à Défenseure des droits, uma autoridade administrativa independente responsável pela defesa dos direitos dos cidadãos em França.

As associações pediram a estas instituições que "denunciem os abusos recorrentes cometidos pelas autoridades públicas e a intervirem para finalmente acabar" com essas práticas, de acordo com um comunicado.

Se as condições em que vivem os migrantes já eram "indignas há muito tempo", ficou claro que "desde o fim do estado de emergência sanitária" na França e "a nomeação de Gerald Darmanin à frente do Ministério do Interior francês, a situação dos migrantes em Calais "só piorou", segundo o mesmo documento.

Em causa estão as brutais "retiradas" de vários acampamentos de migrantes e a "dramática redução dos serviços vitais que são a distribuição de alimentos, o acesso aos duches ou mesmo aos pontos de água".

A partir de "65 depoimentos" recolhidos entre 10 de julho e 12 de agosto junto de migrantes, membros de associações e moradores, as 13 associações de ajuda aos migrantes denunciaram "violações do direito à água, ao saneamento, à saúde, bem como à alimentação".

No encontro, as associações também alertam sobre as "retiradas forçadas", "os crescentes despejos de terras onde sobrevivem os migrantes" e também sobre a "violência física, confisco de bens pessoais e as detenções daí resultantes".

A cidade de Calais é um ponto de passagem privilegiado para migrantes pela sua proximidade com a costa britânica.

Em busca de uma vida melhor e em fuga de problemas ou guerras nos seus países, esses migrantes - principalmente iranianos, iraquianos, afegãos, sudaneses e eritreus -- reúnem-se em Calais para tentar chegar ao Reino Unido clandestinamente, em perigosas travessias em embarcações improvisados ou a nado.

As tentativas de travessia aumentaram recentemente, principalmente aproveitando as condições climáticas favoráveis.

Desde 01 de janeiro, pelo menos 856 imigrantes foram intercetados pelas autoridades francesas após tentarem cruzar o Canal da Mancha, de acordo com os cálculos feitos pela agência de notícia AFP.

Em 2017, o defensor dos direitos humanos Jacques Toubon já tinha chamado a atenção para as violações de direitos "de gravidade excecional e sem precedentes" em Calais, onde as autoridades públicas francesas estão a impedir qualquer realocação dos acampamentos.

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