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Noruega disponibiliza 1,3 milhões para crianças afetadas pela violência

A Noruega vai disponibilizar 1, 6 milhões de dólares (1,3 milhões de euros) para apoiar 300 mil crianças vulneráveis em Moçambique, uma iniciativa que vai incidir principalmente em menores afetados pela violência armada em Cabo Delgado, informa um comunicado oficial.

Noruega disponibiliza 1,3 milhões para crianças afetadas pela violência
Notícias ao Minuto

15:00 - 14/08/20 por Lusa

Mundo Moçambique

"As crianças de Cabo Delgado, sobre as quais o projeto incidirá, enfrentam um desastre triplo: o da violência extrema, do encerramento de escolas e da covid-19. A Noruega vai ajudar estas crianças num período particularmente difícil", disse Tom Eriksen, encarregado de Negócios da Embaixada da Noruega em Maputo, citado num comunicado do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), entidade que vai implementar os programas.

Em Cabo Delgado, os ataques de grupos armados, que eclodiram em 2017 em Mocímboa da Praia, já provocaram, pelo menos, a morte de 1.059 pessoas, e algumas das ações dos grupos têm sido reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI).

De acordo com as Nações Unidas, a violência armada nesta província do norte de Moçambique forçou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.

A capital provincial (Pemba) tem sido o principal refúgio para as pessoas que procuram abrigo e segurança em Cabo Delgado, mas há quem prefira fugir para outros lugares, incluindo Nampula, província vizinha.

Além da violência armada, a Unicef justifica a escolha de Cabo Delgado para os projetos pelo facto de a província registar os piores indicadores socioeconómicos do país.

"Esta situação foi exacerbada pelo ciclone Kenneth que atingiu a costa no ano passado em abril", refere o comunicado, destacando que entre os beneficiários as crianças que vivem em centros de acolhimento de deslocados estão entre os grupos prioritários.

Além do apoio material para fazer face à pandemia, as crianças terão também acesso ao apoio psicossocial, frisa o documento.

Desde o primeiro estado de emergência, decretado a 01 de abril e prorrogado por três vezes, as aulas têm sido dadas através da televisão, rádio e internet, mas várias organizações moçambicanas alertam para as limitações deste modelo, tendo em conta que a maior parte das famílias no país não tem acesso a estes meios, principalmente nas zonas rurais.

"As crianças com vulnerabilidades preexistentes, tais como crianças que vivem em assentamentos ou em locais semelhantes, crianças com condições de saúde subjacentes, crianças de famílias monoparentais e famílias lideradas por crianças têm um risco acrescido de abandonar a escola devido ao encerramento prolongado das aulas", alertou a Unicef.

Com um total de 2.638 casos de covid-19 e 19 óbitos, Moçambique, que vive um novo estado de emergência desde 08 de agosto, não tem ainda datas para a reabertura das escolas, estando em curso um plano para criação de condições de higiene para um reinício seguro face a pandemia.

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