Alemanha convoca embaixador bielorrusso após repressão de protestos
A Alemanha, que preside atualmente a União Europeia, convocou hoje o embaixador bielorrusso para manifestar a sua insatisfação com a repressão das manifestações naquele país, após a polémica reeleição do Presidente Alexander Lukashenko, revelou fonte diplomática alemã.
© Reuters
Mundo Bielorrússia/Eleições
O embaixador bielorrusso foi convocado para uma "reunião urgente" sobre a situação no seu país, adiantou fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros, citada pela agência AFP.
Esta reunião surge na véspera de um encontro dos responsáveis pela diplomacia dos Estados-membros da União Europeia, em que podem ser decididas sanções a aplicar contra Minsk.
Berlim é a favor da imposição de sanções contra a Bielorrússia.
"Está bastante claro que a repressão violenta e a prisão de manifestantes pacíficos e jornalistas na Bielorrússia não são aceitáveis ??na Europa do século XXI", disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas.
"Certamente teremos de abordar a questão das sanções e espero que durante a reunião cheguemos a uma solução comum", acrescentou, à margem de um encontro em Berlim com o seu homólogo norueguês.
Milhares de pessoas formaram hoje cordões humanos nas ruas de Minsk para denunciarem a repressão violenta das manifestações de contestação dos resultados das eleições de domingo, que mantiveram no poder o Presidente Lukashenko, noticiou a AFP.
No total, milhares de pessoas aderiram a este tipo de ação na capital, enquanto nas redes sociais se multiplicam as imagens de encontros semelhantes no país.
Há também relato de greves em empresas e fábricas no país.
Esta forma de mobilização, lançada na quarta-feira por dezenas de mulheres vestidas de branco, até agora não desencadeou uma repressão violenta como a que visou as manifestações noturnas.
Milhares de pessoas manifestam-se na Bielorrússia desde domingo, exigindo a recontagem dos votos que deu no domingo ao Presidente Alexander Lukashenko uma vitória esmagadora com 80% dos votos.
Desde domingo, mais de 6.700 pessoas foram presas durante ações de protesto.
A principal candidata da oposição, Sviatlana Tsikhanouskaya, cujas ações de campanha atraíram multidões de eleitores frustrados com o Governo autoritário de 26 anos de Lukashenko, terá obtido apenas 10% dos votos.
A polícia reprimiu os protestos com cassetetes, gás lacrimogéneo e balas de borracha, granadas atordoantes e outros meios. Um manifestante morreu na segunda-feira em Minsk e muitos ficaram feridos.
A Rádio Liberdade informou que um segundo homem morreu num hospital na cidade de Gomel, sudeste do país, após ser detido pela polícia.
A repressão aos manifestantes gerou duras críticas na comunidade internacional.
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