Bagdad em campanha diplomática para expulsar forças turcas do país
Bagdad anunciou hoje ter iniciado contactos com a Liga Árabe para obrigar a Turquia a retirar os seus militares do Iraque, onde mantêm operações contra o Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK, oposição curda na Turquia).
© Getty Images
Mundo Iraque
Na terça-feira, um 'drone' [aparelho aéreo não-tripulado] turco matou dois altos oficiais e um soldado iraquiano, as primeiras vítimas nas fileiras das forças iraquianas da operação "Garras de Tigre", lançada em junho pela Turquia no Curdistão iraquiano.
Bagdad convocou, na quarta-feira, pela terceira vez em dois meses, o embaixador turco para protestar contra uma "agressão flagrante" e uma "violação da sua soberania".
Por seu lado, Ancara respondeu invariavelmente que luta contra uma organização que considera "terrorista", tal como os Estados Unidos e a União Europeia.
O embaixador turco em Bagdad, Fatih Yildiz, publicou hoje na rede social Twitter um comunicado em que Ancara acusa o Iraque de "olhar para o outro lado enquanto membros do PKK terrorista estão no seu solo".
Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Iraque, Fouad Hussein, anunciou que havia contactado os homólogos egípcios, jordanos, sauditas e koweitianos, assim como o chefe da Liga Árabe, Aboul Gheit.
O chefe da diplomacia iraquiana apelou a "maiores esforços árabes para evitar desenvolvimentos perigosos (...) e manter uma posição unida, obrigando a Turquia a retirar as suas forças que se infiltraram no território iraquiano", segundo um comunicado do ministério.
Segundo especialistas, trata-se de uma tarefa que promete ser difícil porque a Turquia tem dezenas de postos militares no Curdistão iraquiano há 25 anos.
Trata-se de posições no terreno que não querem perder e às quais acrescentaram novas instalações, segundo fontes curdas.
Ainda hoje, Bagdad cancelou a visita do ministro da Defesa turco, bem como "todas as outras visitas planeadas entre os dois países neste momento", segundo o governo.
Desde o início da operação "Garras de Tigre", em meados de junho, pelo menos cinco civis foram mortos, enquanto Ancara anunciou a morte de dois dos seus soldados e de 10 combatentes e aliados do PKK.
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