Mohammad Reza Sadi, chefe de redação do Jahane Sanat, disse à agência noticiosa oficial Irna que as autoridades encerraram o seu jornal, que começou a ser publicado em 2004 e vocacionado para temas económicos.

No domingo, o jornal citou Mohammad Reza Mahboobfar, um epidemiologista que o jornal referiu ter trabalhado na campanha de combate à doença covid-19 promovida pelo Governo, e referendo que o verdadeiro número de casos e de mortos no Irão pode ser 20 vezes superior aos anunciados pelo Ministério da Saúde.

Reza Mahboobfar assegurou ainda que o vírus foi detetado no Irão um mês antes da data de 19 de fevereiro, quando as autoridades anunciaram o primeiro caso confirmado. E acrescentou que o anúncio da nova doença apenas foi emitido após as comemorações do aniversário da Revolução Islâmica de 1979 e da organização das eleições parlamentares.

"O Governo optou pelo secretismo por motivos políticos e securitários", indicou, e apenas forneceram "estatísticas engendradas" para a população.

Criticou ainda os esforços para promover testes e avisou sobre um novo surto em setembro, quando as universidades recomeçarem os exames e a população assinalar o principal feriado do calendário xiita.

A porta-voz do Ministério da Saúde, Sima Sadat Lari, rejeitou as alegações e disse que Mahboobfar não desempenhou qualquer função na campanha de combate à pandemia promovida pelo Governo.

Assegurou ainda que o ministério forneceu os números de uma forma "transparente", de acordo com a Irna.

"O Ministério da Saúde não é um órgão político, e a saúde da população é a sua principal prioridade", ressalvou.

O ministério registou um total de perto de 330.000 casos e 18.616 mortos, incluindo 19 óbitos nas últimas 24 horas.

As autoridades do Irão têm estado submetidas a fortes críticas desde o início da pandemia devido à sua relutância em impor restrições mais amplas, como sucedeu em outros países da região. O Irão tornou-se no país com o maior número de vítimas mortais da covid-19 no Médio Oriente.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 731 mil mortos e infetou mais de 19,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (162.938) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 5 milhões).

Seguem-se Brasil (101.049 mortos, mais de 3 milhões de casos), México (52.298, mais de 480 mil infetados), Reino Unido (46.574 mortos, mais de 310 mil casos) e Índia (44.386 mortos e mais de 2,2 milhões de infetados).

A Rússia, com 14.973 mortos, é o quarto país do mundo em número de infetados, depois de EUA, Brasil e Índia, com mais de 890 mil casos, seguindo-se a África do Sul, com mais de 559 mil casos e 10.408 mortos.

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