Manobras navais e de exploração sísmica turcas provocam alerta na Grécia

A Marinha turca começou hoje novas explorações sísmicas e de hidrocarbonetos e ainda manobras navais no leste do Mediterrâneo, deixando as autoridades gregas em alerta, com o executivo de Atenas a convocar a Comissão Nacional de Segurança.

Grécia; Bandeira

© Reuters

Lusa
10/08/2020 13:58 ‧ 10/08/2020 por Lusa

Mundo

Marinha turca

As operações turcas começaram dias depois de a Grécia e o Egito terem assinado um acordo de delimitação das Zonas Económicas Exclusivas (ZEE), não reconhecido pela Turquia.

Segundo a emissora CNN Turk, as manobras navais, que decorrem próximo das ilhas gregas de Rodhes e de Kastelorizo, prolongam-se até terça-feira à noite.

O Governo turco tinha anunciado a realização das manobras em 06 deste mês, no mesmo dia em que a Grécia e o Egito assinaram o acordo de delimitação das ZEE, medida destinada a invalidar um tratado semelhante rubricado em novembro de 2019 entre a Turquia e o Governo internacionalmente reconhecido da Líbia.

As autoridades da Turquia criticaram a Grécia por ter anunciado o acordo quando delegações dos dois países estavam a levar a cabo negociações em Berlim sob mediação da Alemanha, para procurar uma solução para as divergências.

No plano económico e científico, o ministro da Energia e dos Recursos Naturais da Turquia, Faith Donmez, anunciou hoje a retoma das explorações de gás no Mediterrâneo oriental e no Mar Negro, junto às costas das províncias turcas da Antália e de Chipre, operações que vão prolongar-se até 23 deste mês.

A intenção, disse Donmez, é garantir a independência energética do país.

A Turquia nunca anunciou formalmente a interrupção das operações de prospeção de gás numa zona também reclamada pela Grécia e por Chipre, mas, no final de julho, após uma conversa com a chanceler alemã, Angela Merkel, o navio de prospeção sísmica turco adiou a saída.

Ancara reivindica uma grande área do Mediterrâneo oriental como sua ZEE, argumentando que as ilhas gregas -- nos mares Egeu e Jónio existem também cerca de 200 ilhéus desabitados - não podem servir de base para delimitar a zona exclusiva helénica, postura contestada por Atenas e pela União Europeia (UE).

Em Atenas, o Governo ordenou às Forças Armadas a entrada em alerta máximo, depois de a Turquia ter emitido o "aviso à navegação" ('NavTex') sobre manobras com fogo real numa zona marítima próxima de Rodhes e de Kastelorizo, e de ter iniciado as explorações de gás no Mediterrâneo oriental.

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, convocou hoje de manhã uma reunião do Conselho Nacional de Segurança, que inclui os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, para analisar a situação, tendo já conversado sobre o assunto com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Para hoje à tarde está prevista uma conversa telefónica com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg, uma vez que os dois países são ambos membros da instituição.

Segundo o gabinete de Mitsotakis, o primeiro-ministro grego informou Michel sobre o acordo assinado com o Egito sobre a delimitação das ZEE, bem como os sobre os "acontecimentos preocupantes no Mediterrâneo oriental".

A imprensa grega refere hoje que o navio de exploração sísmica turco 'Oruc Reis' zarpou hoje da Turquia acompanhado de barcos auxiliares e de uma série de unidades da frota turca, que estão a ser seguidas por "unidades e meios da Força Aérea" helénica.

Também hoje, em declarações à televisão pública ERT, o ministro de Estado grego, Yorgos Yerapetritis, afirmou que a Grécia já contava "com uma qualquer reação da Turquia" à assinatura do acordo com o Egito.

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