Manobras navais e de exploração sísmica turcas provocam alerta na Grécia
A Marinha turca começou hoje novas explorações sísmicas e de hidrocarbonetos e ainda manobras navais no leste do Mediterrâneo, deixando as autoridades gregas em alerta, com o executivo de Atenas a convocar a Comissão Nacional de Segurança.
© Reuters
Mundo Marinha turca
As operações turcas começaram dias depois de a Grécia e o Egito terem assinado um acordo de delimitação das Zonas Económicas Exclusivas (ZEE), não reconhecido pela Turquia.
Segundo a emissora CNN Turk, as manobras navais, que decorrem próximo das ilhas gregas de Rodhes e de Kastelorizo, prolongam-se até terça-feira à noite.
O Governo turco tinha anunciado a realização das manobras em 06 deste mês, no mesmo dia em que a Grécia e o Egito assinaram o acordo de delimitação das ZEE, medida destinada a invalidar um tratado semelhante rubricado em novembro de 2019 entre a Turquia e o Governo internacionalmente reconhecido da Líbia.
As autoridades da Turquia criticaram a Grécia por ter anunciado o acordo quando delegações dos dois países estavam a levar a cabo negociações em Berlim sob mediação da Alemanha, para procurar uma solução para as divergências.
No plano económico e científico, o ministro da Energia e dos Recursos Naturais da Turquia, Faith Donmez, anunciou hoje a retoma das explorações de gás no Mediterrâneo oriental e no Mar Negro, junto às costas das províncias turcas da Antália e de Chipre, operações que vão prolongar-se até 23 deste mês.
A intenção, disse Donmez, é garantir a independência energética do país.
A Turquia nunca anunciou formalmente a interrupção das operações de prospeção de gás numa zona também reclamada pela Grécia e por Chipre, mas, no final de julho, após uma conversa com a chanceler alemã, Angela Merkel, o navio de prospeção sísmica turco adiou a saída.
Ancara reivindica uma grande área do Mediterrâneo oriental como sua ZEE, argumentando que as ilhas gregas -- nos mares Egeu e Jónio existem também cerca de 200 ilhéus desabitados - não podem servir de base para delimitar a zona exclusiva helénica, postura contestada por Atenas e pela União Europeia (UE).
Em Atenas, o Governo ordenou às Forças Armadas a entrada em alerta máximo, depois de a Turquia ter emitido o "aviso à navegação" ('NavTex') sobre manobras com fogo real numa zona marítima próxima de Rodhes e de Kastelorizo, e de ter iniciado as explorações de gás no Mediterrâneo oriental.
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, convocou hoje de manhã uma reunião do Conselho Nacional de Segurança, que inclui os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, para analisar a situação, tendo já conversado sobre o assunto com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Para hoje à tarde está prevista uma conversa telefónica com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg, uma vez que os dois países são ambos membros da instituição.
Segundo o gabinete de Mitsotakis, o primeiro-ministro grego informou Michel sobre o acordo assinado com o Egito sobre a delimitação das ZEE, bem como os sobre os "acontecimentos preocupantes no Mediterrâneo oriental".
A imprensa grega refere hoje que o navio de exploração sísmica turco 'Oruc Reis' zarpou hoje da Turquia acompanhado de barcos auxiliares e de uma série de unidades da frota turca, que estão a ser seguidas por "unidades e meios da Força Aérea" helénica.
Também hoje, em declarações à televisão pública ERT, o ministro de Estado grego, Yorgos Yerapetritis, afirmou que a Grécia já contava "com uma qualquer reação da Turquia" à assinatura do acordo com o Egito.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com