Um morto e três feridos graves em ataque a autocarro em Moçambique
Uma criança morreu e outras três pessoas ficaram feridas com gravidade num ataque contra um autocarro na zona de Mutamira, junto da Estrada Nacional Número 1, a principal de Moçambique, disseram hoje à Lusa fontes locais.
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Mundo Moçambique
Um autocarro da transportadora Etrago terá sido alvejado por vários tiros cerca das 06:00 locais da sexta-feira, poucos minutos depois de ter deixado Muxúnguè, no distrito de Chibabava, onde tinha ficado durante a noite devido à insegurança que afeta a região desde agosto do ano passado.
"Só ouvimos tiros, que atingiram a criança que morreu. Também três adultos ficaram feridos e foram depois socorridos para o hospital rural de Muxúnguè", contou hoje à Lusa Joaquim Timóteo, que viajava no autocarro.
O autocarro, que fazia o trajeto Maputo - Nampula, continuou viagem depois de os passageiros feridos terem sido socorridos no hospital rural de Muxúnguè, explicou a fonte.
O ataque ocorreu numa zona sem histórico de emboscadas a viaturas, mas não muito distante de Mutindiri, área junto da principal estrada moçambicana que regista frequentemente incursões armadas.
Vários moradores locais contaram à Lusa que ficaram assustados com os disparos contra o autocarro, o que terá levado algumas famílias a deixarem as suas casas em busca de novos lugares seguros.
"Depois dos tiros vi o autocarro parado na estrada e fiquei com medo", contou à Lusa Jemusse Macande, um morador.
"Os contornos destes ataques deixam-nos preocupados. Estamos a viver com medo", disse à Lusa Filipe Muchanga, outro morador, acrescentando que já contabilizou, pelo menos, três ataques naquele troço.
A Lusa tentou, sem sucesso, contactar o administrador do distrito de Chibabava.
A zona centro de Moçambique foi historicamente palco de confrontos armados entre forças governamentais e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) até dezembro de 2016, tendo a paz sido selada num acordo subscrito em 06 de agosto de 2019.
Permanecem na zona guerrilheiros, em número incerto, que formaram uma autoproclamada Junta Militar para contestar a liderança da Renamo e defender a renegociação do seu desarmamento e reintegração na sociedade.
O grupo dissidente do principal partido de oposição é acusado pelas autoridades de estar a protagonizar os ataques armados, que já provocaram a morte de 24 pessoas desde agosto do ano passado no centro de Moçambique.
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