Beirute: Cidadão russo interrogado sobre toneladas de nitrato de amónio
A polícia de Chipre interrogou hoje um cidadão russo após a publicação de informações que o ligavam ao navio que transportou as 2.750 toneladas de nitrato de amónio que provocaram as explosões de terça-feira no porto de Beirute.
© Reuters
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"As autoridades libanesas pediram-nos para localizar este indivíduo e fazer-lhe perguntas", afirmou um porta-voz da polícia cipriota.
A mesma fonte disse ainda que "as respostas foram enviadas para o Líbano", acrescentando que o homem, Igor Gretchouchkine, não havia sido preso, mas apenas questionado acerca da carga do navio a pedido do escritório da Interpol no Líbano.
Em 2013, o navio "Rhosus", com bandeira da Moldávia e proveniente da Geórgia, fez uma escala em Beirute, a caminho de Moçambique, de acordo com uma fonte de segurança libanesa.
A bordo tinha 2.750 toneladas de nitrato de amónio, que pode ser usado na composição de certos explosivos para uso civil, mas também pode ser usado como fertilizante.
Segundo vários meios de comunicação, incluindo o New York Times, Irgor Gretchouchkine tinha alugado o navio, forçado a atracar em Beirute.
Segundo o portal Marine Traffic, chegou a 20 de novembro de 2013 e nunca mais saiu, devido a problemas técnicos.
De acordo com as fontes de segurança libanesas, enquanto o "Rhosus" estava em trânsito em Beirute, uma empresa libanesa teria apresentado uma reclamação contra a companhia à qual a navio pertence, pressionando a justiça local para apreender o "Rhosus".
A carga foi colocada num armazém e o navio, danificado, acabou por se afundar.
Na quinta-feira, o Ministério do Interior do Chipre negou relatos de que o cidadão russo teria passaporte cipriota e ofereceu assistência ao Líbano.
Segundo o jornal cipriota Politis, Gretchouchkine reside em Limassol, um importante porto de comércio do trânsito no Mediterrâneo, com a sua mulher russa, portadora de passaporte cipriota.
Duas fortes explosões sucessivas sacudiram Beirute na terça-feira, causando, pelo menos 137 mortos e mais de 5.000 feridos, segundo o último balanço feito pelas autoridades libanesas.
Até 300.000 pessoas terão ficado sem casa devido às explosões, segundo o governador da capital do Líbano, Marwan Abboud.
O Governo português indicou na terça-feira não ter indicações de que haja cidadãos nacionais entre as vítimas.
As violentas explosões deverão ter tido origem em materiais explosivos confiscados e armazenados há vários anos no porto da capital libanesa.
O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, revelou que cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio estavam armazenadas no armazém do porto de Beirute que explodiu.
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