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ONU acusa forças de segurança do Mali de 94 execuções extrajudiciais

As forças de segurança do Mali terão cometido 94 execuções extrajudiciais entre abril e junho, anunciou hoje a missão das Nações Unidas no país, que acusa ainda o Exército do Burkina Faso do mesmo crime, cometido no país em maio.

ONU acusa forças de segurança do Mali de 94 execuções extrajudiciais
Notícias ao Minuto

20:48 - 06/08/20 por Lusa

Mundo ONU

No seu relatório trimestral, publicado hoje e citado pela agência France-Presse, o gabinete dos direitos humanos da Minusma mostrou-se preocupado com um "aumento das graves violações de direitos humanos atribuíveis às forças de segurança malianas".

As Nações Unidas, que já tinham acusado o Exército do Mali de abusos no início de abril, documentaram 94 casos de execuções extrajudiciais por parte das forças de segurança do país, em particular em Koro (região de Mopti) e Niono (Ségou).

Durante os últimos meses, as acusações de abusos cometidos pelas forças de segurança dos países do Sahel multiplicaram-se, com os parceiros internacionais a pedirem a realização de investigações e considerando a aplicação de sanções.

Face a acusações anteriores, o Mali, com quem a ONU diz ter "partilhado formalmente" a nota hoje divulgada, anunciou que tinha lançado investigações para encontrar os responsáveis pelos abusos.

Durante os últimos meses, o Exército maliano tem sido alvo de múltiplos ataques no centro do país por parte de grupos 'jihadistas'.

Segundo a ONU, as operações militares "por vezes, assemelham-se a operações de represália contra a população civil", acusada de apoiar os 'jihadistas'.

A Minusma disse estar também preocupada com a multiplicação de "operações conduzidas [pelo Exército maliano] com o apoio de combatentes dozo".

Os dozo, caçadores tradicionais, foram repetidamente acusados de abusos de direitos humanos no passado.

Também no centro do Mali, a Minusma documentou 50 execuções extrajudiciais cometidas "entre 26 e 28 de maio" pelo Exército do Burkina Faso, em particular "na aldeia de Boulkessi [perto da fronteira com o Burkina Faso] e nos campos circundantes".

O Mali é afetado por uma forte instabilidade que teve início num golpe de Estado em 2012, quando vários grupos rebeldes e organizações fundamentalistas tomaram o poder do norte do país durante 10 meses.

Os fundamentalistas foram expulsos em 2013 devido a uma intervenção militar internacional liderada pela França, mas extensas áreas do país, sobretudo no norte e no centro, escapam ao controlo estatal e são, na prática, geridas por grupos rebeldes armados.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 4.000 pessoas foram mortas em ataques terroristas em 2019 no Mali, Burkina Faso e Níger, tendo o número de pessoas deslocadas aumentado 10 vezes, ficando próximo de um milhão.

Portugal tem desde 01 de julho uma Força Nacional Destacada no Mali, no âmbito da Minusma, que inclui 63 militares da Força Aérea Portuguesa e um avião de transporte C-295.

O objetivo do destacamento português é assegurar missões de transporte de passageiros e carga, transporte tático em pistas não preparadas, evacuações médicas, largada de paraquedistas e vigilância aérea, e garantir a segurança do campo norueguês de Bifrost, em Bamako, onde estão alojados os militares portugueses.

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