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Candidata da oposição à Presidência bielorrussa cancela último comício

A candidata bielorrussa Svetlana Tijanovskaya, principal opositora do Presidente Alexander Lukashenko nas eleições presidenciais de domingo, cancelou hoje o último comício de campanha face aos obstáculos colocados pelas autoridades do país.

Candidata da oposição à Presidência bielorrussa cancela último comício
Notícias ao Minuto

16:42 - 06/08/20 por Lusa

Mundo Svetlana Tijanovskaya

"Não nos autorizam a organizar comícios em nenhum lugar de Minsk [a capital bielorrussa], e o mesmo ocorreu em [nas localidades de] Slutsk e Soligorsk. É uma decisão completamente ilegal por parte das autoridades", considerou aos media locais Anna Krasulina, porta-voz da candidata.

A mesma responsável adiantou que a candidata recorreu à Procuradoria e à Comissão eleitoral central, mas excluiu que Tijanovskaya convoque os seus apoiantes para saírem às ruas.

"Não vamos apelar às pessoas" para saírem, sublinhou Krasulina, após a campanha da candidata ter previamente antecipado que as autoridades iriam impedir por todos os meios a organização do comício.

Apesar de o pedido de autorização do comício ter sido efetuado com alguma antecedência, as autoridades decidiram organizar diversas iniciativas para os únicos locais autorizados, incluindo o Parque da Amizade dos Povos, onde deveria decorrer o comício da oposição.

Tijanovskaya, que sempre defendeu iniciativas pacíficas, acusou Lukashenko de pôr entraves à sua campanha, sobretudo após ter recebido o apoio de outros candidatos.

Com o objetivo de evitar confrontos, a candidata decidiu comparecer esta tarde num dos atos oficias previstos no centro de Minsk, juntamente com as suas aliadas, Maria Kolesnikova -- representante do ex-banqueiro e potencial candidato Viktor Babariko, atualmente detido -- e Veronica Tsepkalo, mulher do opositor Valeri Tsepkalo, que se exilou na Rússia após a rejeição da sua candidatura.

Em 2010, as eleições presidenciais deram origem a violentos distúrbios e à detenção de centenas de manifestantes, incluindo o candidato opositor Nikolai Statkevich.

Apesar de as sondagens estarem proibidas na Bielorrússia, analistas citados pela agência noticiosa Efe consideram que Lukashenko, no poder desde 1994, nunca tinha enfrentado rivais com tanto apoio popular como atualmente, como ficou comprovado no comício de apoio a Tijanovskaya, que juntou cerca de 60.000 pessoas em Minsk, um número sem precedentes para a oposição deste país.

Tijanovskaya assumiu a liderança da oposição após a detenção de seu marido, o 'blogger' Serguei Tijanovski, e a prisão de Babariko, que tinha recolhido perto de meio milhão de assinaturas para apresentar a sua candidatura.

Os setores da oposição e diversos países têm manifestado o receio de fraudes no escrutínio de domingo.

Segundo a oposição, têm ocorrido fraudes com o voto antecipado, no qual votam todos os funcionários e trabalhadores do Estado.

Pela primeira vez, as eleições vão decorrer sem a presença de observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e de membros da Comissão eleitoral russa, que marcaram presença nos anteriores escrutínios.

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