Turquia considera inaceitável acordo entre curdos e petrolífera americana
A Turquia considerou hoje "inaceitável" o acordo entre uma companhia petrolífera norte-americana e a administração semi-autónoma curda no norte da Síria, afirmando tratar-se de uma forma de "financiar o terrorismo".
© Getty Images
Mundo Síria
A maioria dos campos de petróleo da região (leste e nordeste da Síria) estão fora do alcance do regime de Damasco e são controlados essencialmente pelos curdos - apoiados pelas tropas norte-americanas que se encontram na zona.
A exploração petrolífera é a principal fonte de rendimento da administração regional curda.
O governo semi-autónomo curdo e as Forças Democráticas Sírias não fizeram qualquer comunicado sobre o assunto, mas responsáveis norte-americanos, em Washington, confirmaram o acordo que se destina "a modernizar os campos petrolíferos no nordeste sírio", não adiantando mais detalhes.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia disse que o acordo foi estabelecido com a companhia Delta Crescent Energy LLC, dos Estados Unidos.
"Lamentamos o apoio norte-americano que ignora o Direito Internacional (...) no que diz respeito ao financiamento do terrorismo", indica o comunicado da diplomacia turca que considera o acordo "inaceitável".
O Exército turco projeta com regularidade operações militares contra os combatentes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) apontado por Ancara como uma "organização terrorista".
No domingo, o governo sírio condenou o acordo, sublinhando que se trata de um atentado contra a soberania do país.
Na quinta-feira passada, durante uma audiência no Congresso dos Estados Unidos, o senador Lindsey Graham referiu que abordou o acordo com Mazloum Abdi, chefe das Forças Democráticas Sírias (FDS) uma aliança de milícias que desde 2015 integra, entre outros, efetivos curdos, sírios, árabes, turcos e arménios que combatem na região.
"Aparentemente eles assinaram um acordo com uma companhia petrolífera norte-americana para modernizar os campos de petróleo do nordeste da Síria", afirmou o senador.
Entretanto, o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, interrogado pelo senador Graham, confirmou o "apoio" de Washington.
"Há muito tempo que esperamos o acordo, estamos empenhados em implementar esse acordo que é muito importante", disse Pompeo.
A guerra na Síria, desencadeada em 2011, já causou mais de 380.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados e provocou prejuízos de milhões de dólares no setor dos hidrocanetos.
Os combates atingem com frequência as infraestruturas petrolíferas da região, que são disputadas pelas partes em confronto.
Antes da guerra, a produção de crude sírio atingia os 400 mil barris por dia, mas a produção atualmente é deficiente.
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