Hong Kong. China acusa Alemanha de violar lei internacional
A China acusou hoje a Alemanha de ter feito uma "séria violação da lei internacional" ao suspender o tratado de extradição com Hong Kong.
© Reuters
Mundo Hong Kong
A Alemanha anunciou na sexta-feira a suspensão do tratado de extradição com Hong Kong, numa reação à imposição da China da lei de segurança nacional e ao adiamento das eleições legislativas na antiga colónia britânica.
A embaixada chinesa em Berlim manifestou "uma grande indignação e oposição firme às observações erradas feitas pelo ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas", lê-se num comunicado divulgado no site da embaixada e com data de sexta-feira.
Segundo Heiko Maas, o anunciado adiamento das eleições legislativas em Hong Kong, que o Governo justificou com a pandemia de covid-19, no final de um mês marcado pela desqualificação de candidatos do movimento pró-democracia, representa "um novo atentado aos direitos dos cidadãos" do território semi-autónomo.
No último mês, também a Austrália, o Canadá, a Nova Zelândia, o Reino Unido e os Estados Unidos suspenderam os respetivos acordos de extradição com Hong Kong.
O ministro alemão recordou que, por diversas vezes, Berlim expressou "claramente o desejo" de ver a China "cumprir as suas obrigações" decorrentes do direito internacional, que passam pela garantia das liberdades e dos direitos garantidos pela Constituição.
No final de junho, após uma vaga de manifestações pelas liberdades fundamentais em Hong Kong, a China aprovou a lei de segurança nacional, contrariando o estipulado no estatuto de região autónoma definido no acordo de retrocessão da antiga colónia britânica, em 1997.
A nova lei prevê, entre outras medidas, punições a ativistas pelo separatismo, terroristas, a atos de subversão e a ingerências estrangeiras.
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