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Programa Alimentar Mundial pede ajuda de 250 milhões para o Zimbabué

O Programa Alimentar Mundial (PAM) pediu hoje uma ajuda de mais 250 milhões de dólares (211 milhões de euros) para uma "operação de emergência" de combate à fome no Zimbabué, que afetará 60% da população até ao final do ano.

Programa Alimentar Mundial pede ajuda de 250 milhões para o Zimbabué
Notícias ao Minuto

15:43 - 30/07/20 por Lusa

Mundo Zimbabué

De acordo com as estimativas do PAM, das Nações Unidas, "até ao final do ano, o número de zimbabueanos em situação de insegurança alimentar terá aumentado em quase 50%, atingindo 8,6 milhões - espantosamente 60% da população - devido aos efeitos combinados da seca, da recessão económica e da pandemia", de Covid-19.

Segundo aquela organização, a pandemia veio "agravar uma já grave crise de fome no Zimbabué", que por isso apela, num comunicado emitido hoje, a uma ajuda de mais 250 milhões de dólares para "uma operação de emergência" contra a fome "em rápida expansão" que poderá colocar milhões de pessoas em risco.

"Muitas famílias zimbabueanas estão a sofrer a devastação de fome aguda, e a sua situação vai piorar em vez de melhorar", disse Lola Castro, Diretora Regional do PAM para a África Austral, citada no comunicado.

"Precisamos que a comunidade internacional se mobilize agora para nos ajudar a prevenir uma potencial catástrofe humanitária", acrescentou aquela responsável.

Se as doações permitirem, o PAM poderá ajudar 4 milhões de pessoas, os mais vulneráveis este ano e aumentar até 5 milhões no período de janeiro a abril do próximo ano, o pico da época de escassez.

O confinamento a nível nacional, reforçado na semana passada, "precipitou um enorme desemprego nas zonas urbanas, enquanto a fome rural está a acelerar" e com o regresso dos migrantes desempregados às aldeias e a ausência das remessas vitais que forneciam, a fome será sentida ainda "com mais intensidade" naquelas zonas.

As famílias que vivem da agricultura de subsistência, que constituem três quartos da população do Zimbabué e produzem a maior parte dos seus alimentos, também estão a sofrer devido a uma terceira colheita sucessiva má, resultado da seca este ano.

O Zimbabué "produziu apenas 1,1 milhões de MT de milho, o cereal de base, bem abaixo dos 2,4 milhões de MT já escassos do ano passado, e menos de metade das necessidades nacionais. Isto, por sua vez, antevê uma fome ainda mais severa no início de 2021, o pico da estação 'magra'", adianta o PAM na mesma nota.

A hiperinflação, característica da profunda crise económica do país, tem colocado os preços dos produtos básicos além das possibilidades de muitos zimbabueanos. Por exemplo, no mês passado, os preços do milho mais do que duplicaram em Harare, a capital do país.

Por isso, "famílias cada vez mais desesperadas estão a comer menos, a vender bens preciosos e a endividar-se", sublinhou a nota.

E com o milho a ser uma cultura cada vez mais insustentável em muitas regiões áridas do país, à medida que as temperaturas sobem, o PAM está a promover a plantação de culturas alternativas, resistentes à seca, nutritivas, como o sorgo e o painço.

Esta ação faz parte de uma campanha mais ampla para ajudar as comunidades vulneráveis a construir resistência a choques climáticos, cada vez mais frequentes e severos.

Este mês, por falta de financiamento, o PAM já não conseguirá apoiar 700.000 dos 1,8 milhões de beneficiários previstos das suas ajudas, concluiu o comunicado.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 667 mil mortos e infetou mais de 17 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

Em África, há 18.884 mortos confirmados em quase 893 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

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