São Tomé. Partidos que sustentam governo minimizam moção de censura
O líder parlamentar do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), principal partido no governo reagiu hoje "com naturalidade" a decisão da Ação Democrática Independente (ADI) de apresentar uma moção de censura ao governo.
© Lusa
Mundo São Tomé
"Nós vivemos numa constituição democrática e na gestão desta constituição um dos elementos que figura é exatamente a moção de censura", explicou Amaro Couto aos jornalistas.
"É uma possibilidade que a constituição abre aos partidos políticos, aos atores da vida política representados no parlamento para questionar certos aspetos da vida política e é essa possibilidade que o ADI aproveitou para introduzir a moção de censura", acrescentou o responsável.
A Assembleia Nacional são-tomense é composta por 55 deputados distribuídos 25 para o ADI, 23 para o MLSTP-PSD, cinco para a coligação PCD-UDD-MDFM e dois do Movimento de Cidadãos Independentes (MCI, que conseguiu eleger dois deputados no Distrito de Caué, sul de São Tomé.
O governo tem um suporte de 28 deputados, sendo os 23 do MLSTP-PSD e cinco de uma coligação de três pequenos partidos, designadamente o PCD-UDD-MDFM.
Amaro Couto explicou que a sua bancada "tem uma disciplina própria, apoia incondicionalmente a posição do partido e por essa via também sustenta o governo e é por isso que nós temos uma coligação maioritária".
"Em nome da democracia, a oposição fez o seu papel, mas a maioria parlamentar fará também o seu, protegendo e dando sustentabilidade ao governo", referiu Amaro Couto.
Por seu lado, o líder da bancada da coligação que, junto com o MLSTP-PSD, apoia o XVII governo constitucional prometeu "permanecer fortemente ao lado do governo".
"Tudo o que estiver ao nosso alcance nós faremos para demonstrar ao povo de São Tomé e Príncipe que o ADI pretende usar uma estratégia, mas a nossa posição é firme e vamos continuar nessa senda", explicou Danilson Cotu.
"Para nós, uma coisa é o exercício da democracia que em São Tomé e Príncipe realmente existe e outra coisa são os pontos de vista pessoais do ADI e quero deixar claro que a nossa coligação está junto ao poder, junto ao governo e vamos continuar assim", acrescentou o responsável.
Um grupo de 14 elementos do ADI subscreveu e introduziu, na terça-feira, na Assembleia Nacional, (parlamento) uma moção de censura contra o governo do primeiro ministro Jorge Bom Jesus, com pouco mais de dois anos de mandato e sustentado, no parlamento, por 28 deputados.
Em declarações a jornalistas, o líder da bancada do ADI acusou o governo de um "cortejo de atos manifestamente de corrupção e arbitrariedades".
"O nosso país revela um disfuncionamento grave das instituições e sendo o governo aquele que define políticas deve ter uma clareza daquilo que são as orientações para São Tomé e Príncipe", explicou o líder parlamentar do ADI, considerando a moção de censura "um mecanismo regimental, democrático".
A moção de censura vai a discussão, em plenária, na próxima sexta-feira, tendo o ADI manifestado já o receio de que o projeto não seja aprovado.
"Nós temos a plena consciência da nossa inferioridade em relação a soma dos deputados" para fazer passar esta moção de censura, reconheceu Abenildo de Oliveira, líder da bancada parlamentar do ADI em declarações, na terça-feira, aos jornalistas.
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