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Bielorrússia deteve "combatentes" russos que acusa de desestabilização

A Bielorrússia anunciou hoje, através dos seus media estatais, a prisão de 32 "combatentes" russos de um grupo privado considerado próximo do Kremlin que pretendiam "desestabilizar" o país com a aproximação das eleições presidenciais de 09 de agosto.

Bielorrússia deteve "combatentes" russos que acusa de desestabilização
Notícias ao Minuto

15:13 - 29/07/20 por Lusa

Mundo Bielorrússia

A primeira cadeia televisiva bielorrussa e a agência oficial Belta anunciaram as detenções, detalhando que foram ordenadas após as autoridades terem sido informadas "da chegada ao território [bielorrusso] de 200 combatentes que deviam desestabilizar a situação em período de campanha eleitoral" e associados ao grupo militar privado Wagner, um anúncio que surge num contexto de crescentes tensões entre Minsk e Moscovo.

"Esta noite, as forças da ordem bielorrussas prenderam 32 combatentes do grupo militar privado Wagner. Um outro homem foi ainda encontrado e detido no sul do país", indicou a agência noticiosa Belta.

A televisão bielorrussa mostrou imagens provenientes de câmaras de videovigilância sobre a chegada do grupo a um hotel perto de Minsk, e da sua detenção. Foram exibidos maços de notas de dólar, passaportes russos e manuais de instrução de material militar.

"Cada um dos russos tinha uma pequena bagagem e três grandes malas negras colocadas nos veículos por diversos homens", segundo a reportagem da televisão bielorrussa.

A mesma fonte adiantou que "segundo a administração do hotel, os novos hóspedes chamaram a atenção pelo seu comportamento por habitual para turistas russos e os seus uniformes de estilo militar", acrescentando que "não consumiam álcool nem frequentavam locais de divertimento".

A Belta divulgou a lista e o estado civil dos detidos, todos homens entre os 24 e os 55 anos.

A Bielorrússia organiza em 09 de agosto uma eleição presidencial cuja campanha foi assinalada por uma violenta repressão e diversas detenções de candidatos à eleição ou de manifestantes da oposição.

O Presidente Alexander Lukashenko, no poder desde 1994 e candidato a um sexto mandato, acusou Moscovo de apoiar os seus opositores, uma alegação desmentida pelo Kremlin.

As relações entre a Rússia e a Bielorrússia são tradicionalmente cordiais, mas assinaladas por momentos regulares de tensão relacionados com as disputas energéticas.

Nos últimos meses, Lukashenko tem, no entanto, multiplicado as declarações denunciando as pressões russas, e acusando designadamente Moscovo de pretender tornar o seu país em vassalo e procurar manipular as eleições presidenciais.

Em 24 de julho, um opositor bielorrusso, Valeri Tsepkalo, antigo diplomata de carreira cuja candidatura foi rejeitada para as eleições presidenciais de 09 de agosto, fugiu para Moscovo por recear ser detido.

Previamente, Viktor Babaryko, o principal rival do atual Presidente, foi detido em meados de junho por suspeitas de liderar um "grupo organizado" acusado de "fraudes" e de "branqueamento de dinheiro" através do banco Belgazprombank, uma filial do gigante russo Gazprom e que o próprio dirigiu previamente.

O arguido tem desmentido todas as acusações enquanto a Amnistia Internacional (AI) o qualificou na ocasião de "prisioneiro de consciência".

Lukashenko, 65 anos, voltou assim a afastar os principais rivais e parece ter garantida uma nova reeleição.

Os resultados das últimas quatro eleições presidenciais não foram reconhecidos como justos pelos observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), que denunciaram fraudes e pressões sobre a oposição.

O Gabinete de Instituições Democráticas e Direitos Humanos (ODIHR, na sigla em inglês) da OSCE já informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia que não enviará observadores a estas eleições por não ter recebido o necessário convite.

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