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Justiça russa condena Fundação Anticorrupção por investigar Medvedev

A Justiça russa condenou hoje a Fundação Anticorrupção (FBK), criada pelo líder da oposição Alexei Navalny, ao pagamento de duas multas, em particular, por manter uma investigação que acusava o ex-primeiro-ministro Dmitri Medvedev de encabeçar um império imobiliário.

Justiça russa condena Fundação Anticorrupção por investigar Medvedev
Notícias ao Minuto

20:55 - 28/07/20 por Lusa

Mundo Rússia

De acordo com uma publicação feita na rede social Twitter pelo diretor da FBK, Ivan Zhdanov, a organização terá de pagar 100.000 rublos (equivalente a 1.175 euros).

A Fundação Anticorrupção estava a ser julgada em Moscovo por não ter obedecido a uma ordem judicial que obrigava à exclusão de um vídeo publicado na plataforma YouTube sobre uma investigação feita pela equipa de Navalny, transmitida em março de 2017.

O documentário alegava que Dmitri Medvedev, que então desempenhava as funções de primeiro-ministro, deteria uma vasta fortuna imobiliária financiada por oligarcas russos, acusações que o também ex-chefe de Estado rejeitou.

A investigação foi visualizada mais de 35 milhões de vezes desde que foi publicada.

O diretor da FBK criticou a sentença, uma vez que o documentário era a "melhor investigação sobre corrupção" que a fundação já tinha feito, mas admitiu que esperava uma condenação mais severa.

A FBK anunciou, também através de um 'tweet', que foi ainda multada em 600.000 rublos russos (sete mil euros), por não ter cumprido as obrigações impostas devido ao estatuto de "agente estrangeiro".

Em 2012, a Rússia introduziu o estatuto de "agente estrangeiro", que existia na altura da URSS, que é aplicável a qualquer organização que receba financiamento proveniente de outro país e que esteja envolvida na "atividade política" do país.

O conceito, considerado vago e controverso, possibilitou a imposição de restrições administrativas e financeiras a várias organizações que criticam o Kremlin. A Fundação Anticorrupção considera que a designação, no seu caso em concreto, é errada.

"A multa é totalmente ilegal, assim como toda a história do agente estrangeiro. A FBK recebeu sempre financiamento da Rússia", escreveu Lioubov Sobol, aliado de Navalny.

Em 17 de julho, a Fundação Anticorrupção foi alvo de buscas, uma ação que é recorrente desde 2019 para esta organização e para Alexei Navalny. Os bens do líder da oposição também foram congelados.

O Comité de Investigação russo abriu um inquérito por difamação contra Navalny, acusando-o da difusão de informações "falsas" e "injuriosas para a honra e a dignidade" de um antigo combatente da II Guerra Mundial, que tinha expressado o apoio ao referendo constitucional de 01 de julho e que reforçou os poderes do atual Presidente, Vladimir Putin.

Navalny defende a tese de que estas ações judiciais são represálias pela organização de um movimento de contestação no verão do ano passado, período que antecedeu as eleições de Moscovo.

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