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Mais um manifestante morto nos protestos em Bagdad

Um manifestante morreu após ter sido atingido na noite de segunda-feira na cabeça com uma granada de gás lacrimogéneo durante confrontos noturnos com as forças da ordem na praça Tahrir, em Bagdad, indicaram hoje fontes policiais e médicas.

Mais um manifestante morto nos protestos em Bagdad
Notícias ao Minuto

16:35 - 28/07/20 por Lusa

Mundo Iraque

Trata-se da terceira morte provocada pelos confrontos depois de, na noite de domingo para segunda-feira, dois manifestantes terem sido mortos nas mesmas circunstâncias durante os primeiros protestos desde a nomeação do Governo de Mustapha al-Kazimi, há menos de três meses.

Kazimi chegou ao poder depois de o seu antecessor, Adil Abdul Mahdi, ter sido obrigado pela classe política iraquiana a abandonar o cargo, determinado em manter-se a todo o custo no poder apesar de uma revolta popular sem precedentes, reprimida em sangue.

Desde outubro de 2019, quando um movimento começou a denunciar a corrupção e a reclamar mais empregos e melhores serviços públicos, 550 foram mortas 30.000 outras feridas e dezenas de militantes foram assassinados ou detidos e raptados.

Kazimi prometeu investigar todas as ações de violência e, segunda-feira à noite, após tomar conhecimento da morte dos dois manifestantes, garantiu novamente preservar o "direito legítimo" às contestações.

No entanto, horas mais tarde, as forças da ordem dispararam granadas de gás lacrimogéneo para dispersar dezenas de iraquianos exaustos, desiludidos e zangados com os cortes de energia -- e de ventilação através de aparelhos de ar condicionado -- num dos países mais quentes do mundo.

Nos protestos da noite de segunda-feira, 13 outros manifestantes ficaram feridos, segundo fontes médicas.

Os defensores dos direitos humanos têm acusado frequentemente as autoridades sob comando do antigo chefe de Governo, de Abdul Mahdi, de utilizarem granadas de gás lacrimogéneo dez vez mais potentes que as usadas no mundo para dispersar manifestantes.

O Iraque atravessa a pior crise económica da sua história recente, com a manutenção da política de austeridade numa altura em que o preço do petróleo, a única fonte de divisas do país, se mantém em baixa.

Os iraquianos continuam a denunciar, entre outras questões, a incapacidade dos hospitais na gestão da crise do novo coronavírus, em que o número de casos já ultrapassou os 112.000, provocando perto de 45.000 mortes.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 654 mil mortos e infetou mais de 16,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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