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Coreia do Sul passa a poder usar combustível sólido para lançar foguetões

A Coreia do Sul disse hoje que obteve o consentimento dos EUA para usar combustível sólido em foguetões espaciais, permitindo-lhe lançar os seus primeiros satélites de vigilância.

Coreia do Sul passa a poder usar combustível sólido para lançar foguetões
Notícias ao Minuto

14:25 - 28/07/20 por Lusa

Mundo Diplomacia

O combustível sólido oferece maior mobilidade para os mísseis e foguetões, reduzindo o tempo e custo de lançamento, mas Washington tinha imposto restrições ao seu uso, por parte da Coreia do Sul, devido às preocupações sobre a eventualidade da sua aplicação na produção de mísseis nucleares.

Hoje, o Governo sul-coreano disse que Seul e Washington concordaram em rever as diretrizes bilaterais de mísseis, para permitir o levantamento das restrições.

Kim Hyun-chong, vice-consultor presidencial de segurança nacional da Coreia do Sul, explicou que todos os institutos de investigação, empresas e indivíduos sul-coreanos estão agora autorizados a desenvolver, produzir e possuir foguetes de lançamento espacial com recurso a combustível sólido.

Kim disse que o acordo agora revisto ainda impede a Coreia do Sul de produzir mísseis com alcance de mais de 800 quilómetros, mas confirmou que Seul poderá vir a discutir a alteração dessa restrição com Washington, se tal for necessário para a segurança nacional.

Ainda assim, um míssil disparado da Coreia do Sul com alcance máximo de 800 quilómetros é suficiente para atingir toda a rival Coreia do Norte.

Kim disse que a capacidade de inteligência e de reconhecimento da Coreia do Sul ficará significativamente melhorada, com a permissão de produzir e lançar foguetes de combustível sólido para colocar no espaço satélites espiões de órbita baixa.

O consultor explicou que os foguetes de combustível sólido para lançamentos de satélite custa apenas cerca de um décimo do preço do propulsor líquido.

Kim reiterou que a Coreia do Sul não possui satélites espiões militares, enquanto as potências regionais possuem dezenas deles, estando assim numa situação de desvantagem que pode agora ser corrigida.

Lee Choon Geun, especialista em mísseis do Instituto de Políticas de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul, disse que o seu país poderá, em breve, operar dois ou três satélites de vigilância de órbitas terrestres para vigiar melhor a Coreia do Norte.

Lee acrescentou que os mais recentes acordos com os EUA também permitirão à Coreia do Sul expandir a sua infraestrutura de desenvolvimento espacial e acumular 'know-how' para fabricar mísseis que podem voar por mais tempo com ogivas maiores.

Jung Changwook, chefe do Fórum de Estudo de Defesa da Coréia, explicou que os Estados Unidos provavelmente concordaram com a revisão dos acordos para fortalecer a sua aliança com a Coreia do Sul, ficando, ao mesmo tempo, mais aptos para lidar com eventuais confrontos com a China.

A capacidade de mísseis da Coreia do Sul é inferior à da rival Coreia do Norte.

Em 2017, a Coreia do Norte realizou três testes de mísseis balísticos intercontinentais como parte dos seus esforços para construir um míssil nuclear capaz de atingir o continente norte-americano.

Em 2013, a Coreia do Sul conseguiu lançar um satélite de observação em órbita a bordo de um foguete lançado do solo, pela primeira vez, mas partes desse foguete foram construídas com a ajuda da Rússia.

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