Polícia sul-africana usa canhões de água para dispersar manifestantes
Agentes da polícia sul-africana recorreram a canhões de água para dispersar os manifestantes que protestavam hoje junto ao parlamento do país, na Cidade do Cabo, devido à situação do setor hoteleiro, afetada pela pandemia da covid-19.
© Lusa
Mundo África do Sul
Segundo os empresários do setor, as receitas diminuíram devido às medidas aplicadas para conter a pandemia, pretendendo estes o alívio de algumas restrições.
O protesto decorreu na Cidade do Cabo, um dos principais destinos turísticos da região.
Para dispersarem as manifestações, os agentes da polícia recorreram a canhões de água, uma decisão recebida com gritos e assobios pelos participantes no protesto.
A África do Sul chegou a ter algumas das medidas de confinamento mais restritas no continente, mas o executivo, liderado pelo Presidente, Cyril Ramaphosa, tem vido a aliviá-las, devido à pressão económica.
O consumo dentro de restaurantes foi uma das medidas entretanto permitidas pelo Governo, mas os trabalhadores da restauração protestaram esta semana, por todo o país, devido ao impacto das medidas nos negócios e nos postos de trabalho.
A venda de álcool, proibida novamente este mês, foi também reivindicada.
A África do Sul é o quinto país com mais casos de covid-19 no mundo, ultrapassando as 408 mil infeções e seis mil mortes desde o início da pandemia.
No final de março, as autoridades sul-africanas impuseram rigorosas medidas de contenção, tendo estas sido aliviadas de forma gradual para evitar o colapso da economia daquela que é a principal potência industrial do continente.
Antes da pandemia, a economia sul¬-africana apresentava-se com algumas dificuldades, com um baixo crescimento, uma deterioração das finanças públicas e uma taxa de desemprego próxima dos 30%, que deve aumentar nos próximos meses.
O banco central da África do Sul estima que o produto interno bruto (PIB) daquela que é a principal potência industrial africana contraia 7,3% este ano, devido à pandemia.
Em África, há 16.697 mortos confirmados em mais de 787 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 627 mil mortos e infetou mais de 15,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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