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Moscovo denuncia "propaganda" nas acusações de uso de arma antissatélite

A diplomacia russa qualificou hoje de "propaganda" as acusações norte-americanas, também divulgadas por Londres, segundo as quais, na semana passada, Moscovo testou uma arma que poderia ser usada para destruir satélites no espaço.

Moscovo denuncia "propaganda" nas acusações de uso de arma antissatélite
Notícias ao Minuto

16:35 - 24/07/20 por Lusa

Mundo Rússia

"Convidamos os nossos colegas norte-americanos e britânicos a mostrarem profissionalismo e a sentarem-se numa mesa de negociações, em vez de divulgar mensagens de propaganda", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, em comunicado, acrescentando que as acusações visam "discriminar" as atividades espaciais russas.

O Comando Espacial dos Estados Unidos da América (EUA) disse ter "provas" de que Moscovo "conduziu um teste não destrutivo de uma arma antissatélite a partir do espaço", em 15 de julho, segundo comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP) e divulgado na quinta-feira.

"O teste da semana passada é um novo exemplo de que as ameaças às instalações espaciais dos Estados Unidos e dos seus aliados são reais, sérias e crescentes", acusou o Comando Espacial.

O negociador norte-americano para o desarmamento, Marshall Billingslea, considerou na rede social Twitter que o incidente "é inaceitável", acrescentando que se trata de um "problema grave", que deverá ser discutido na próxima semana em Viena, durante as conversações para substituir o tratado bilateral 'New Start' sobre a limitação de ogivas nucleares.

A diplomacia russa argumentou que "os testes realizados a 15 de julho pelo Ministério da Defesa russo não representam uma ameaça a outras naves espaciais e, o mais importante, não violaram as normas e os princípios do direito internacional".

No início do dia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, respondeu às acusações dizendo que "a Rússia sempre foi e continua a ser um país fiel ao objetivo de desmilitarização completa do espaço".

De acordo com o general Jay Raymond, que dirige a Força Espacial dos EUA, o sistema utilizado para o teste da semana passada é o mesmo sobre o qual o Comando Espacial tinha manifestado preocupação no início deste ano, quando a Rússia fez manobras perto de um satélite do governo norte-americano.

"Esta é mais uma prova dos esforços contínuos da Rússia para desenvolver e testar sistemas a partir do espaço, consistente com a doutrina militar do Kremlin de recorrer a armas que mantêm as instalações dos Estados Unidos e dos seus aliados sob ameaça", afirmou o general, citado no comunicado.

"Este evento destaca o apelo hipócrita da Rússia sobre o controlo de armas no espaço", acrescentou Christopher Ford, alto funcionário do Departamento de Estado encarregado do controlo de armas.

Segundo as agências de notícias russas, citando o ministro da Defesa, a Rússia realizou um teste espacial no dia 15 de julho, mas tratava-se de um "satélite-inspector" capaz de diagnosticar o estado de outros satélites, especialmente a distâncias curtas.

Segundo relatou a agência estatal RIA Novosti na semana passada, esse satélite inspecionou uma aeronave russa em órbita.

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