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Procurador de Paris solicita processo contra russo suspeito de fraudes

O procurador de Paris solicitou um processo contra Alexander Vinnik, um russo suspeito de fraudes em larga escala na moeda virtual 'bitcoin' e no centro de um contencioso diplomático e judicial entre a França, Estádios Unidos e Rússia.

Procurador de Paris solicita processo contra russo suspeito de fraudes
Notícias ao Minuto

14:23 - 22/07/20 por Lusa

Mundo Paris

O homem de 40 anos, reclamado pelas justiças daqueles três países e detido na Grécia em 2017, foi finalmente remetido no final de janeiro às autoridades judiciais francesas, que investigam as suas atividades desde 2016, em particular em torno da plataforma de moeda virtual BTC-e, e na sequência de uma longa batalha processual.

Na sua fundamentação, a 29 de junho, o procurador pediu que Vinnik seja julgado por extorsão e tentativa de extorsão, branqueamento em bando organizado e associação de malfeitores com o objetivo de cometer um delito passível de dez anos de prisão, indicou a agência noticiosa AFP.

O arguido deverá ainda responder por introdução fraudulenta nos sistemas de tratamento automatizado de dados e de os ter alterado, com o Ministério Público a requerer a sua permanência em prisão preventiva.

Vinnik, que rejeita todas as acusações, é designadamente suspeito pela justiça francesa de um esquema de extorsão que prejudicou dezenas de particulares, coletividades e empresas entre 2016 e 2018.

O programa utilizado, que bloqueia e cripta os dados e apenas os desbloqueia mediante o pagamento de uma soma em dinheiro, terá provocado em 2018 um prejuízo avaliado em 135 milhões de euros.

Os juízes de instrução devem agora decidir sobre o seu envio perante o tribunal.

O cidadão russo foi detido numa zona turística do norte da Grécia em julho de 2017, na base de um mandado de captura norte-americano.

Em janeiro do mesmo ano, um procurador federal norte-americano pronunciou 21 atas de acusação contra o suspeito, e quando os EUA asseguram que era o cérebro do BTC-e, uma das principais plataformas de trocas de 'bitcoin' no mundo até ao seu encerramento.

A justiça francesa emitiu em 2018 um mandado de captura europeu contra Vinnik, enquanto Moscovo pediu a sua extradição para a Rússia, onde é perseguido por uma alegada fraude de 9.500 euros.

Pelo facto de o mandado europeu constituir uma prioridade para a Grécia, foi por fim remetido às autoridades francesas, que o interrogaram e colocaram em regime de isolamento.

De seguida, esteve no centro de intensas disputas diplomáticas.

De acordo com diversos 'media', as autoridades norte-americanas também pretendem interrogá-lo sobre as suspeitas de ingerência da Rússia na campanha presidencial de 2016 nos EUA, e que terá sido cometida com a ajuda de piratas informáticos.

A revista francesa L'Express revelou que o responsável máximo do FBI se deslocou a Paris em janeiro para tentar garantir que os norte-americanos "recuperem Vinnik quando terminar o processo judicial contra si dirigido em território francês".

Por sua vez, a Rússia já solicitou por várias vezes à França a sua extradição, mas sem sucesso.

A defesa tem por sua vez denunciado um processo "político".

A sua advogada grega, Zoe Konstantopoulou, considerou em fevereiro perante a câmara de instrução do Tribunal de apelo de Paris, que Alexander Vinnik foi "requerido pelos Estados Unidos para ser utilizado como uma arma contra o seu país", sublinhando que possui conhecimentos tecnológicos muito apurados.

Em abril passado, o seu advogado russo, Timofei Mussatov, morreu. Segundo os 'media' russos, terá caído numas escadas.

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