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Parlamento egípcio deve votar hoje envio de tropas para a Líbia

O Parlamento egípcio deve votar ainda hoje uma autorização que permitirá ao Egito enviar tropas para a vizinha líbia se as forças turcas, que apoiam o regime de Tripoli, tentarem retomar a cidade costeira de Sirte.

Parlamento egípcio deve votar hoje envio de tropas para a Líbia
Notícias ao Minuto

16:58 - 20/07/20 por Lusa

Mundo Líbia

A votação esteve inicialmente prevista para domingo, mas foi adiada para hoje, numa sessão que vai decorrer à porta fechada, segundo indicou à agência noticiosa Associated Press (AP) o deputado egípcio Mustafa Bakry, e surge como uma resposta à ameaça turca, que apoia as forças de Tripoli, de avançar militarmente para Sirte (370 quilómetros a leste da capital líbia), bastião das forças do marechal Khalifa Haftar.

Segundo a AP, a Câmara dos Representantes, com maioria ligada ao Presidente egípcio, Abdul Fattah al-Sisi, deverá aprovar a decisão.

A Líbia, que dispõe das maiores reservas de petróleo do continente africano, está a braços com um conflito entre dois poderes rivais: o Governo de Acordo Nacional (GAN), reconhecido pela ONU e cuja sede é em Tripoli, e as forças de Haftar, que reina no leste e numa parte do sul do país.

O GAN é apoiado pela Turquia, que destacou militares para o terreno, e Haftar pelo vizinho Egito, Emirados Árabes Unidos (EAU), Arábia Saudita e Rússia.

A intervenção militar turca foi considerada decisiva para o GAN, que tem rechaçado a ofensiva contra Tripoli, desencadeada em abril de 2019, e que permitiu retomar o controlo do noroeste do território líbio.

Hoje, a Turquia apelou ao fim "imediato" do apoio às forças de Haftar no final de uma reunião, em Ancara, com os ministros do Interior do GAN líbio, Fathi Bachagha, e de Malta, Byron Camilleri.

"É indispensável interromper imediatamente todo o tipo de ajuda e de apoio ao golpista Haftar, que impede a instauração da paz, da calma, da segurança e da integridade territorial da Líbia", declarou o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar.

"Sabemos que o maior obstáculo para alcançar esse objetivo é o golpista Haftar", prosseguiu Akar, adiantando que Ancara vai prosseguir a colaboração com o GAN nas áreas de "formação, cooperação e aconselhamento militar".

As declarações do ministro turco surgem numa altura em que a situação no terreno está cada vez mais tensa, em que o Egito ameaça intervir militarmente se o GAN avançar para a cidade estratégica de Sirte.

Domingo, o diário estatal egípcio Al-Ahram reportou que a votação no parlamento se destina a mandatar al-Sisi para "intervir militarmente na Líbia" para "ajudar a defender o vizinho contra a agressão turca".

Na semana passada, no Cairo, o Presidente egípcio foi anfitrião de dezenas de líderes tribais leais a Haftar, a que repetiu que o Egito "não vai ficar parado face às movimentações que constituem uma ameaça direta à segurança".

O Parlamento líbio criado por Haftar no leste apelou a al-Sisi para enviar tropas.

Em abril de 2019, as tropas de Haftar lançaram uma ofensiva militar para tomar Tripoli, que chegou aos arredores da capital, de onde foram empurradas de volta após a intervenção das forças apoiadas pela Turquia.

Mais tarde, as tropas de Tripoli retomaram o controlo do aeroporto, todos os pontos de entrada e saída da cidade e um cordão de pequenas cidades chave na região, empurrando para leste as tropas de Haftar, tendo ainda tentado, em vão, reconquistar Sirte, tomada no início deste ano pelos rebeldes.

Se reconquistar a cidade, de onde é natural o antigo líder líbio, Muammar Kadhafi, abrem-se as portas para as tropas apoiadas pela Turquia poderem avançar ainda mais para leste e retomar as instalações de exploração de petróleo, atualmente sob controlo de Haftar.

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