Moçambique. Universidade pós-independência quer ser barómetro da educação
A Universidade Pedagógica (UP) de Maputo, estatal, a primeira instituição de ensino superior moçambicana criada após a independência, quer voltar a ser referência na educação, assumindo-se como um barómetro na área, disse hoje o reitor da instituição.
© Lusa
Mundo Moçambique
"Estamos a pensar seriamente em trabalhar na perspetiva de uma universidade virada para fora, para a sociedade, e vamos servir de barómetro para a sociedade e para o sistema de educação", afirmou Jorge Ferrão, em entrevista à Lusa.
A nova vocação da UP em Maputo vai passar pela criação de observatórios com a missão de realizar pesquisa na área da educação.
"Queremos fazer observatórios que cubram a área de educação e que sirvam de barómetro para analisar a educação", referiu.
Haverá também um outro observatório ligado às novas tecnologias porque os avanços em áreas como inteligência artificial, robótica e biotecnologia impõem que as universidades estejam atentas a estes fenómenos, avançou Jorge Ferrão.
O reitor adiantou que essa componente vai incluir um banco de dados sobre emprego e empregabilidade em Moçambique por ser um dos "problemas mais prementes".
"É necessário ver como é que se comporta o emprego em Moçambique em função das novas mudanças tecnológicas", sublinhou.
Ainda no quadro das transformações que aquele estabelecimento de ensino pretende imprimir está também prevista a criação de um observatório associado às mudanças climáticas e sustentabilidade.
Jorge Ferrão avançou que a digitalização dos processos educativos será também um dos principais eixos do avanço que a universidade está a preparar, visando tornar mais ágil o ensino e a aprendizagem.
Jorge Ferrão, que foi ministro da Educação e Desenvolvimento Humano entre 2015 e 2016, declarou ainda que a Universidade Pedagógica de Maputo quer reforçar a oferta de cursos de pós-graduação na área da educação, principalmente na formação de professores.
"Queremos que a sociedade olhe e diga: "a formação de professores é ali, para não deixar dúvidas a ninguém", destacou.
Jorge Ferrão apontou que as mudanças que enunciou fazem parte da revisão curricular em curso na instituição e do novo Plano Estratégico 2020-2030.
A UP de Maputo, fundada em 1985, formou mais de 40 mil professores e profissionais de outras áreas, dos quais saíram muitos quadros para funções na Administração Pública moçambicana e cargos de governação.
O estabelecimento de Maputo resultou da autonomização de cada um dos quatro polos da UP espalhados pelo país.
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