Bielorrússia rejeita candidatura à presidência de candidato detido
A Comissão eleitoral da Bielorrússia rejeitou hoje a candidatura à eleição presidencial de agosto de Viktor Babaryko, um opositor que está detido e é considerado o principal rival do Presidente Alexander Lukashenko.
© Getty Images
Mundo Opositor
A candidatura deste antigo banqueiro, filantropo e figura pública de 56 anos foi recusada pelo facto de não ter declarado todos os seus rendimentos e ter recebido financiamentos do estrangeiro para a sua campanha.
De acordo com os investigadores, Viktor Babaryko foi detido em meados de junho por suspeitas de liderar um "grupo organizado" acusado de "fraudes" e de "branqueamento de dinheiro", através do banco Belgazprombank, uma filial do gigante russo Gazprom e que o próprio dirigiu previamente.
A Amnistia Internacional qualificou-o de "prisioneiro de consciência".
A sua detenção desencadeou um movimento de protesto pacífico, reprimido pelas forças policiais que procedeu a dezenas de prisões.
Minsk acusou em simultâneo o ocidente e a Rússia de ingerência nas eleições, com o Presidente Lukashenko a sugerir de forma velada que Moscovo estava por detrás da candidatura de Viktor Babaryko.
No total, a Comissão registou hoje cinco candidatos ao escrutínio de 09 de agosto, incluindo Alexander Lukashenko, 65 anos, que concorre a um sexto mandato consecutivo nesta antiga república soviética de nove milhões de habitantes.
Entre os candidatos admitidos destaca-se Tatiana Tikhanovskaia, 37 anos, mulher do vídeo-blogger Serguei Tikhanovski, muito crítico do Presidente bielorrusso e igualmente detido.
Tikhanovski, 41 anos, que apelidou o Presidente bielorrusso de "a barata", não se apresentou devido à sua detenção, e com a mulher a substituí-lo.
A Comissão eleitoral também rejeitou a candidatura de Valeri Tsepkalo, 55 anos, um antigo e experiente diplomata bielorrusso que se tornou num detrator do poder, por não ter reunido o número suficiente de assinaturas.
Desde a chegada de Alexander Lukashenko ao poder, em 1994, nenhuma corrente da oposição conseguiu afirmar-se na paisagem política bielorrussa. Muitos dos seus dirigentes foram detidos, e em 2019 nenhum opositor foi eleito para o parlamento.
Os resultados das últimas quatro eleições presidenciais não foram reconhecidos como justos pelos observadores da Organização para a segurança e a cooperação na Europa (OSCE), que denunciaram fraudes e pressões sobre a oposição.
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