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Chefes da diplomacia da UE defendem "palavras duras" para Turquia

Os chefes da diplomacia da União Europeia (UE) defenderam hoje a utilização de "palavras duras" no diálogo político com a Turquia, numa "condenação clara" das recentes ações, mas rejeitaram avançar com sanções, preferindo manter o diálogo político.

Chefes da diplomacia da UE defendem "palavras duras" para Turquia
Notícias ao Minuto

18:55 - 13/07/20 por Lusa

Mundo União Europeia

Naquela que foi a primeira reunião presencial em quatro meses -- dada a pandemia de covid-19 --, os chefes da diplomacia dos 27 tiveram no topo da agenda a relação com a Turquia, com países como a Grécia a pedirem que a UE avançasse com sanções.

A representar Portugal na ocasião, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, indicou aos jornalistas em Bruxelas que esta foi uma "discussão muito viva", desde logo com uma "condenação clara de alguns dos comportamentos que a Turquia tem tido recentemente", entre as quais a mudança de estatuto da catedral Hagia Sophia (Santa Sofia), de museu para mesquita, e as perfurações ilegais no Mediterrâneo Oriental.

Para os chefes da diplomacia da UE, estão em causa "atos e comportamentos da Turquia que são inaceitáveis", nomeadamente para com Estados-membros como Chipre, Grécia e França.

"Nós somos aliados da Turquia no âmbito da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte], a Turquia é um país candidato à UE e, por isso, [...] não somos a favor que seja interrompido o diálogo político, mas quando falamos em diálogo não quer dizer trocar boas palavras, [uma vez que] às vezes dialogamos com palavras duras", frisou Augusto Santos Silva.

Falando em "questões específicas e muito delicadas" que envolvem a Turquia, o governante português disse que a UE "acompanha a preocupações de todos", embora não esteja a equacionar avançar com sanções.

Acresce que "existe uma condenação do comportamento recente da Turquia, mas também há compreensão de que há aspetos no acordo [migratório assinado com a UE em 2016] ainda por cumprir", destacou Augusto Santos Silva, falando no "volume de financiamento acordado e a sua concretização" para o acolhimento de um total de 3,6 milhões de refugiados por parte de Ancara.

Uma das ações condenadas pela UE é o facto de a catedral de Hagia Sophia, construída no século VI em Istambul, ter sido convertida em mesquita.

Na sexta-feira, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou a abertura às orações muçulmanas do edifício, classificado como Património Mundial pela UNESCO e uma das principais atrações turísticas de Istambul.

Mas além desta várias outras questões perturbam a relação da União com a Turquia, como a disputa com a Grécia e com Chipre, que acusam a Turquia de fazer prospeções de hidrocarbonetos nas suas águas territoriais, ou o envolvimento de Ancara na Líbia e na Síria.

O Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, esteve na semana passada na Turquia, para abordar as perfurações no Mediterrâneo, mas a posição do chefe da diplomacia europeia é neste momento a de obter dos ministros um mandato forte para o diálogo com a Turquia e não a de avançar para mais sanções.

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