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Milhares protestam na RD Congo contra nomeação para Comissão Eleitoral

Milhares de pessoas desafiaram hoje novamente a proibição de se manifestarem em Kinshasa, onde a polícia dispersou a multidão com gás lacrimogéneo, quatro dias após a morte de cinco pessoas devido à violência na República Democrática do Congo (RDCongo).

Milhares protestam na RD Congo contra nomeação para Comissão Eleitoral
Notícias ao Minuto

18:35 - 13/07/20 por Lusa

Mundo RD Congo

Os manifestantes seguiam o antigo senhor da guerra e antigo vice-presidente Jean-Pierre Bemba, atualmente um dos líderes da oposição, relatou a agência noticiosa France-Presse (AFP).

O protesto de hoje -- tal como o da semana passada -- foi motivado pela escolha do novo presidente da Comissão Nacional Eleitoral Independente, organismo acusado de fraude nas eleições de 2006, 2011 e 2018 pelos opositores.

Alguns dos manifestantes foram feridos por homens vestidos à paisana que lhes atiraram pedras, segundo a AFP. Outros ficaram feridos, aparentemente com gravidade, quando caíram dos veículos de escolta de Bemba.

Agentes policiais escoltaram a viatura do Bemba até à sua casa, que relatou à imprensa que a polícia lhe tinha transmitido que "não houve mortes, nem feridos, nem saques", expressando satisfação com a mobilização.

Outras manifestações mais pequenas foram dispersas em Bukavu (leste) e Kananga (centro) com gás lacrimogéneo. Em Lubumbashi (sudeste), a segunda maior cidade da RDCongo, a marcha foi adiada.

Os protestos de hoje foram organizados pela principal coligação de partidos da oposição, Lamuka, que reivindica a vitória do seu candidato, Martin Fayulu, nas eleições presidenciais de dezembro de 2018.

Marchas semelhantes foram organizadas na quinta-feira pelo partido presidencial União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS).

Cinco manifestantes foram então mortos (dois em Kinshasa e três em Lubumbashi), de acordo com um balanço feito pelo ministro do Interior, na sexta-feira, no Conselho de Ministros.

Além disso, 20 polícias ficaram feridos em Kinshasa, dois deles em estado grave, de acordo com o mesmo relatório, que não confirma um rumor e vídeos que circularam e segundo os quais um polícia foi linchado pela multidão na capital.

No Conselho de Ministros, o Presidente congolês, Félix Tshisekedi, disse compreender estas reações às "irregularidades" na escolha do novo presidente da Comissão Eleitoral, mas condenou a violência.

É o chefe de Estado que deve, em última análise, validar a escolha do novo presidente da Comissão Eleitoral, Ronsard Malonda, atualmente secretário executivo deste órgão. Esta escolha foi ratificada pela Assembleia Nacional, sob proposta da sociedade civil, ela própria dividida.

As duas principais igrejas do país (católica e protestante) também contestam firmemente esta decisão.

As autoridades justificam a proibição das marchas pelo estado de emergência sanitária face à pandemia do novo coronavírus.

Uma terceira marcha está prevista para domingo, desta vez na sequência de um apelo de um coletivo católico e de movimentos de cidadãos.

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