"Estamos dececionados com a decisão do Governo turco de mudar o estatuto da Hagia Sophia", disse o porta-voz da diplomacia norte-americana, Morgan Ortagus. "Registamos o compromisso do Governo turco em assegurar o acesso de todos os visitantes a Hagia Sophia e esperamos ver os seus planos de gestão de Hagia Sophia permanecerem acessíveis a todos, sem impedimentos", acrescentou.
O Conselho de Estado da Turquia acedeu ao pedido de várias associações, revogando uma decisão governamental datada de 1934, que conferiu a Hagia Sophia o estatuto de museu.
Pouco depois desta decisão, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou que a antiga Basílica Bizantina de Constantinopla estaria aberta para orações muçulmanas como mesquita em 24 de julho.
Vários países, incluindo a Rússia e a Grécia, que estão a acompanhar de perto o destino da herança bizantina na Turquia, bem como os Estados Unidos e a França, tinham alertado Ancara para a sua oposição à transformação de Santa Sofia num local de culto muçulmano, uma medida pela qual Erdogan, de um partido conservador islâmico, tem vindo a fazer campanha há anos.
O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, disse na semana passada que o estatuto do Museu Hagia Sophia como museu era "exemplar" do compromisso da Turquia "de respeitar as tradições religiosas e a história diversa" do país e que uma mudança poderia "manchar o legado deste monumento notável".