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Milhares de pessoas voltaram a manifestar-se contra regime de Keita

Milhares de pessoas voltaram hoje às ruas de Bamako, capital do Mali, para protestar contra o regime do Presidente, Ibrahim Boubacar Keita, respondendo ao apelo de uma coligação de opositores.

Milhares de pessoas voltaram a manifestar-se contra regime de Keita
Notícias ao Minuto

19:21 - 10/07/20 por Lusa

Mundo Mali

Esta é a terceira grande manifestação organizada em dois meses pela coligação do 'Movimento 5 de Junho', que junta líderes religiosos, políticos e da sociedade civil.

Os milhares de manifestantes reuniram-se na Praça da Independência, no centro de Bamako, constataram no local jornalistas da agência de notícias francesa AFP.

"O Presidente da República desiludiu com o seu último discurso", disse o líder do movimento de protesto, Nouhoun Sarr, à AFP.

"Já não queremos este regime", sublinhou um manifestante, Sy Kadiatou Sow.

O Presidente Keïta tentou, sem sucesso, na quarta-feira à noite, dar um sinal de apaziguamento, abrindo caminho à revisão de uma decisão do Tribunal Constitucional sobre os resultados das eleições legislativas de março-abril no país, que é vista como o fator que desencadeou a atual crise política.

Ibrahim Boubacar Keita sugeriu que um tribunal recentemente formado poderia rever a decisão, que invalidava cerca de 30 lugares no parlamento do Mali inicialmente proclamados.

Cerca de dez destes lugares tinham sido invalidados a favor de membros da maioria presidencial, começando por aquele que seria eleito, mais tarde, Presidente do Parlamento.

O 'Movimento 5 de Junho' apelou à dissolução do Parlamento, à formação de um governo de transição, cujo primeiro-ministro seria nomeado pelo movimento, e à substituição de nove membros do Tribunal Constitucional, acusados de conluio com o Governo.

A coligação, cuja figura principal é o imã Mahmoud Dicko, líder religioso muito influente, tem levado por diante a luta contra o Presidente, Ibrahim Boubacar Keita, que tem sido apoiado pela comunidade internacional na sua luta contra o terrorismo, desde a sua primeira eleição em 2013.

Este protesto leva os parceiros do Mali a recearem uma ainda maior desestabilização num país que já enfrenta, desde 2012, ataques jihadistas envolvendo violência comunitária.

As ações terroristas estenderam-se, entretanto, aos vizinhos Níger e Burkina Faso.

Uma das principais forças organizadoras dos protestos no Mali apelou na quinta-feira à participação na manifestação prevista para hoje para exigir a demissão do Presidente do país, Ibrahim Boubacar Keita, apesar de este ter feito a tentativa de apaziguamento.

Os protestos, que estiveram ativos durante várias semanas, levaram milhares de malianos às ruas de Bamako em duas ocasiões, ambas em junho.

Entre as recomendações da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para pôr fim à crise está a realização de novas eleições para os cerca de 30 lugares em questão.

O Presidente, que já apelou a um governo de unidade nacional, reafirmou a sua confiança no primeiro-ministro, Boubou Cissé, que manteve após as eleições legislativas, mas que ainda não formou a sua equipa.

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