Polónia divida face à segunda volta das presidenciais de domingo

Uma Polónia profundamente dividida vota no domingo na segunda volta das presidenciais, em que se defrontam o Presidente cessante, o conservador nacionalista Andrzej Duda, e o presidente da câmara da capital, o liberal europeísta Rafal Trzaskowski.

Andrzej Duda vence presidenciais na Polónia com 43,5%

© Getty Images

Lusa
10/07/2020 15:15 ‧ 10/07/2020 por Lusa

Mundo

Polónia

No cargo há cinco anos, Andrzej Duda, apoiado pelo partido nacionalista eurocético no poder, o Lei e Justiça (PiS), venceu a primeira volta, a 28 de junho, com 43,5% dos votos. O adversário, Rafal Trzaskowski, obteve 30,5%.

As sondagens para a segunda volta dão um empate técnico entre os dois.

A mais recente, realizada pelo instituto Kantar para o canal TVN24 e divulgada hoje, atribui 46,4% das intenções de voto a Trzaskowski e 45,9% a Duda, com 7,7% dos 1.500 inquiridos ainda indecisos.

Outra sondagem, do instituto Ibris publicada na quarta-feira, dá igualmente uma vitória à justa ao presidente da câmara de Varsóvia, com 45,3% contra 44,4% para Duda, mas uma taxa de indecisos de 10,3% dos 1.100 inquiridos.

Uma terceira sondagem dá a vitória a Adrzej Duda com 53%, contra 47% para Trzaskowski e apenas 3% de indecisos, numa amostra de 1.014 pessoas.

Para os analistas, Trzaskoswki vai tentar captar os eleitores que na primeira volta votaram no independente crítico do sistema Szymon Holownia (13,85%) e Duda os dos que votaram no candidato da extrema-direita Krzystof Bosak (6,75%).

Andrzej Duda conta sobretudo com a base conservadora do PiS, maioritariamente rural, mais velha e menos instruída, tendo feito uma campanha assente nos valores tradicionais e católicos, com ataques aos direitos LGBTI [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero e Intersexo] que passaram nomeadamente por assinar, na segunda-feira, uma emenda constitucional para proibir a adoção por casais homossexuais, que tem ainda de ser aprovada pelo parlamento.

Rafal Trzaskowski, que defende a legalização das uniões civis entre pessoas do mesmo sexo e proclamou em 2019 uma carta dos direitos LGBTI que levou um terço dos restantes municípios, encorajados pelo PiS, a declarar-se "zonas livres de LGBT", manifestou-se contudo agora contra a adoção por casais homossexuais, o que organizações da sociedade civil atribuem ao medo de perder votos.

A popularidade de Andrzej Duda e do PiS deve-se também muito ao cumprimento da promessa que fizeram há cinco anos de introduzir um programa social que passa nomeadamente por um abono de família independentemente do rendimento do agregado, pela redução da idade de reforma, o aumento das pensões e a baixa de preço de alguns medicamentos.

As medidas são tão populares que Trzaskowski, candidato do principal partido da oposição, a Plataforma Cívica (PO, centrista) prometeu mantê-las, apesar de o PO ter recusado aumentar prestações sociais quando esteve no governo, entre 2007 e 2015.

O presidente da câmara de Varsóvia é especialmente popular entre os jovens, que não se reveem nas posições conservadoras e nacionalistas de Duda e do PiS e preferem as suas propostas liberais, cosmopolitas e pró-europeias.

Muitos dos que o apoiam veem estas presidenciais como a última oportunidade para impedir danos irreversíveis à democracia no país e travar o populismo, num contexto em que a governação do PiS tem estado em constante conflito com a União Europeia (UE), que condena as mudanças no sistema judicial como uma ameaça aos padrões democráticos.

As assembleias de voto para as presidenciais de domingo vão estar abertas entre as 07:00 e as 21:00 (06:00-19:00 em Lisboa).

 

 

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