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Muçulmanos bósnios evocam 25 anos do massacre de Srebrenica

Os muçulmanos bósnios evocam sábado os 25 anos do massacre de Srebrenica com um novo enterro coletivo no cemitério nos arredores desta localidade, onde se erguem milhares de túmulos de mármore com o mesmo mês e ano da morte.

Muçulmanos bósnios evocam 25 anos do massacre de Srebrenica
Notícias ao Minuto

09:15 - 10/07/20 por Lusa

Mundo Massacre

Todos os anos em 11 de julho, aniversário do dia em que se iniciou o assalto das forças sérvias bósnias a este enclave em 1995 - então designado "zona de segurança da ONU" -, os familiares reúnem-se para os funerais das vítimas bosníacas [muçulmanas] que foram identificadas mais recentemente.

Tradicionalmente, milhares de visitantes de diversos países têm comparecido às celebrações do 11 de julho, mas esta ano, e devido à pandemia do coronavírus, apenas um número relativamente pequeno de sobreviventes terá autorização para se deslocar ao cemitério.

No entanto, aguardam-se muitas intervenções "virtuais", indicou Emir Suljagic, diretor do Centro Memorial de Srebrenica de Potocari, à agência noticiosa Associated Press (AP).

Em julho de 1995, na fase final da guerra civil na Bósnia-Herzegovina, as tropas sérvias bósnias entraram no enclave e cerca de 7.000 homens e rapazes muçulmanos bósnios em idade de combater foram mortos em confrontos armados quando tentavam escapar, ou executados.

As mulheres, crianças e idosos foram previamente separados e enviados para outras regiões da Bósnia controladas pelas forças militares muçulmanas.

O extinto Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPIJ) definiu os acontecimentos de Srebrenica como "genocídio".

O TPIJ, uma instância judicial 'ad hoc' da ONU anunciada em 1993, julgou vários indiciados pelos acontecimentos de Srebrenica, incluindo o ex-líder político dos sérvios bósnios, Radovan Karadzic, condenado em março de 2016 a 40 anos de prisão.

Após um recurso, um tribunal internacional que sucedeu ao TPIJ sentenciou Karadzic a prisão perpétua em março de 2019.

O antigo líder militar dos sérvios bósnios, Ratko Mladic, também foi condenado a prisão perpétua em novembro de 2017, a última decisão do TPIJ antes da sua dissolução.

A possibilidade de familiares e visitantes poderem prestar homenagem aos mortos de Srebrenica deve-se aos cientistas forenses da Comissão Internacional sobre Pessoas Desaparecidas.

A Comissão, instituída em 1996 após forte insistência do então Presidente dos EUA Bill Clinton, elaborou um sistema de ADN para localizar e identificar os restos de cerca de 40.000 pessoas, a larga maioria da Bósnia, que alegadamente foram consideradas desaparecidas na sequência das guerras na ex-Jugoslávia que se prolongaram durante a década de 1990.

A Bósnia-Herzegovina, pequeno país dos Balcãs com cerca de 3,5 milhões de habitantes e que permanece dividido em linhas étnicas, é habitado por cerca de 50% de muçulmanos bosníacos, 33% de sérvios ortodoxos e 15% de croatas católicos.

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