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EUA impõem sanções a secretário do Partido Comunista Chinês em Xinjiang

Os Estados Unidos impuseram hoje sanções a Chen Quanguo, secretário do Partido Comunista Chinês (PCC) na região de Xinjiang e o principal responsável pela repressão sob minorias muçulmanas naquela região no extremo noroeste da China.

EUA impõem sanções a secretário do Partido Comunista Chinês em Xinjiang
Notícias ao Minuto

09:29 - 10/07/20 por Lusa

Mundo China

Chen e a sua família passaram a estar proibidos de entrar nos Estados Unidos. Outros dois altos quadros de Xinjiang foram alvo das mesmas medidas.

Washington acusou-os de estarem "ligados a graves violações dos direitos humanos", em particular contra membros da minoria muçulmana de origem chinesa uigur.

Aos 64 anos, o antigo soldado do Exército de Libertação Popular, as forças armadas da China, é desde agosto de 2016 o mais alto dirigente daquele território, que ocupa uma área quase 18 vezes superior à de Portugal.

Com cerca de 25 milhões de habitantes, a maioria uigures, Xinjiang foi convertido, nos últimos anos, num Estado policial.

Organizações de defesa dos direitos humanos acusam Pequim de deter arbitrariamente em campos de doutrinação política mais de um milhão de uigures.

O início da campanha repressiva surgiu após a chegada de Chen Quanguo, que foi transferido para a região após vários anos como secretário do PCC no Tibete, outra região chinesa vulnerável ao separatismo, e onde restaurou a ordem depois de várias manifestações e imolações de fogo por monges budistas.

Pequim nega aquele número e afirma que os muçulmanos em Xinjiang estão em centros de treino vocacional, destinados a ajudar os uigures encontrarem emprego e distanciarem-se do extremismo islâmico.

Chen Quanguo "adquiriu a reputação de inovador, com uma política que força minorias com tendências separatistas a obedecerem à linha" do PCC, observou o pesquisador alemão Adrian Zenz, especialista em assuntos de Xinjiang.

A China apontou para a ausência de ataques na região desde a chegada de Chen Quanguo e o estabelecimento de meios de vigilância omnipresentes, com recurso a postos de verificação de identidade ou câmaras de reconhecimento facial.

Apesar de Pequim rejeitar o termo "campos" para se referir aos "centros de treino vocacional", o próprio Chen delineou que aqueles locais "ensinassem como escolas, fossem administrados como o exército e defendidos como prisões", segundo documentos internos citados pela agência France Presse.

Os uigures no exílio alegaram que alguns dos seus familiares foram detidos por razões fúteis, como usar barba comprida ou o véu islâmico.

"Em termos de detenções extrajudiciais e arbitrárias, Chen é o mais agressivo [entre os líderes de Xinjiang], nos últimos 40 anos", notou o pesquisador Shawn Zhang, que analisa os campos através de imagens de satélite.

Durante os primeiros 12 meses após chegar a Xinjiang, Chen "abriu tantas posições para recrutamento nos serviços de segurança como durante os seus cinco anos no Tibete", estimou Adrien Zenz.

Atravessando a fronteira da Ásia Central, Xinjiang é crucial para o sucesso do projeto de infraestrutura da Eurásia "Novas Rota da Seda", lançado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2013.

Nascido numa família pobre na província central de Henan, Chen foi recompensado pelo seu trabalho em Xinjiang quando em 2017 se tornou membro do Politburo do PCC, o órgão de 25 membros que lidera a China.

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