Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
18º
MIN 13º MÁX 19º

Um morto em protestos contra presidente da comissão eleitoral da RDCongo

Pelo menos um manifestante morreu e vários polícias ficaram feridos durante protestos na República Democrática do Congo (RDCongo), organizados pelo partido do chefe de Estado, Félix Tshisekedi, contra a nomeação do próximo presidente da comissão eleitoral.

Um morto em protestos contra presidente da comissão eleitoral da RDCongo
Notícias ao Minuto

19:46 - 09/07/20 por Lusa

Mundo RDCongo

"O corpo foi levado para a morgue do hospital de Sendwe [Lumbubashi, uma das maiores cidades do país]", disse um funcionário do gabinete dos direitos humanos das Nações Unidas no país à agência France-Presse (AFP).

De acordo com uma fonte do hospital citada pela AFP, a vítima trata-se de "um jovem de 32 anos que foi baleado".

Uma outra fonte das Nações Unidas refere que um agente polícia morreu na sequência de agressões após ter disparado contra manifestantes na capital, Kinshasa, apontando que houve registo de "vários feridos" entre as forças de segurança.

Um porta-voz da polícia afirmou que o agente em questão "está em estado grave", mas não confirmou a sua morte.

Outras versões, incluindo da organização, relatam números mais elevados de vítimas.

Citado pela comunicação social local, Augustin Kabuya, secretário-geral do partido de Tshisekedi, a União para a Democracia e Progresso Social (UDPS), que organizou o protesto, afirmou que houve pelo menos três mortes entre os manifestantes.

Kabuya apelou à demissão do ministro do Interior, Gilbert Kankonde, membro do seu partido.

Em Kinshasa, milhares de manifestantes foram dispersados pela polícia após terem marchado por cerca de três quilómetros, segundo a AFP.

A área em redor do edifício do parlamento estava também a ser protegida e patrulhada pela polícia, que lançou gás lacrimogéneo contra manifestantes que se concentraram naquela zona.

A manifestação da UPDS foi a primeira de três previstas para os próximos dias contra a nomeação de Ronsard Malonda, atual secretário executivo da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), para a presidência deste órgão, encarregado de organizar as próximas eleições, previstas para 2023.

Após a aprovação pelo parlamento congolês na passada quinta-feira, a decisão deve agora ser enviada ao chefe de Estado.

Na terça-feira, os líderes da coligação Lamuka (oposição) apelaram "ao povo congolês para se manifestar na segunda-feira, 13 de julho, em Kinshasa e em todo o país".

Por sua vez, o Comité Laico de Coordenação (CLC, próximo dos católicos) e movimentos civis pediram "uma grande marcha pacífica de protestos" em 19 de julho.

A escolha de Malonda suscitou também algumas reações menos positivas entre duas das principais religiões do país -- a católica Conferência Episcopal e a protestante Igreja do Cristo do Congo --, que se opõem publicamente à escolha.

Entre as organizações não-governamentais pró-democracia, a nomeação de Malonda, que integrava a estrutura do presidente cessante da CENI, Corneille Nangaa, é vista como "uma provocação" ... Kabila.

As eleições acabaram por se realizar em dezembro de 2018, após vários adiamentos e depois de Kabila ter sido sujeito a múltiplas pressões para deixar o cargo.

Apesar da vitória do candidato adversário Félix Tshisekedi, o partido de Kabila manteve uma maioria parlamentar, nuns resultados que foram contestados pela oposição e pela Igreja Católica.

Desde então, a RDCongo tem sido governada por uma coligação entre as forças de Tshisekedi e de Kabila.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório