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ONG apela a Bangladesh que retire 300 pessoas da minoria rohingya de ilha

A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) apelou hoje às autoridades do Bangladesh que transfiram cerca de 300 pessoas da minoria rohingya que estão confinadas numa ilha remota para os campos de refugiados localizados no interior do país.

ONG apela a Bangladesh que retire 300 pessoas da minoria rohingya de ilha
Notícias ao Minuto

11:54 - 09/07/20 por Lusa

Mundo Bangladesh

Várias pessoas dessa minoria muçulmana, perseguida em Myanmar (ex-Birmânia) foram resgatadas pela marinha do Bangladesh depois de passarem semanas no mar e, posteriormente, enviadas em maio para a ilha desabitada de Bhasan Char, perto da costa do Bangladesh.

A HRW denunciou que os rohingya estão realmente detidos num local propenso a inundações durante a estação das monções. As autoridades justificam que estão a mantê-los no local em quarentena devido à pandemia do novo coronavírus.

"As autoridades do Bangladesh estão a usar a pandemia como desculpa para deter refugiados numa faixa estreita de terra próxima do mar agitado pelas monções", disse o diretor da HRW para a Ásia, Brad Adams.

O comissário para a Ajuda e Repatriamento de Refugiados do Bangladesh, Mahbub Alam Talukder, garantiu à agência de notícias EFE hoje que as autoridades não planeiam transferir os membros da minoria rohingya da ilha.

"No momento, não estamos a planear algo assim. Queremos sim enviar 100.000 (para a ilha). Acreditamos que estão bem e vivem em condições mais seguras em Bhasan Char durante as monções", disse Talukder.

A ilha, que tem uma área de cerca de 40 quilómetros quadrados e é acessível apenas por barco, conta com casas para cerca de 100.000 pessoas e o plano inicial do governo do Bangladesh era mover dezenas de milhares destes refugiados dos campos no sudeste do país.

Entretanto, o projeto está paralisado desde fevereiro passado devido a críticas de grupos de direitos humanos e à recusa dos membros da minoria rohingya em deixar os campos.

Cerca de 738.000 refugiados da minoria rohingya chegaram ao Bangladesh em 2017, fugindo de uma onda de perseguição e violência do exército de Myanmar, que a ONU descreveu como um exemplo de limpeza étnica e possível genocídio, crimes contra a humanidade que estão a ser investigados por tribunais internacionais.

Hoje, cerca de um milhão de pessoas desta minoria vive no Bangladesh em campos de refugiados sobrelotados e extrema pobreza.

Na terça-feira, o governo do Bangladesh afirmou que a epidemia do novo coronavírus foi "contida com sucesso" nos campos de refugiados da minoria muçulmana rohingya no país, apesar do baixo número de testes realizados.

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