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Líbia. Guterres denuncia "interferência estrangeira" sem precedentes

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, denunciou hoje uma "interferência estrangeira que atinge níveis sem precedentes" na Líbia, com "o fornecimento de equipamentos sofisticados e o número de mercenários envolvidos nos combates".

Líbia. Guterres denuncia "interferência estrangeira" sem precedentes
Notícias ao Minuto

17:07 - 08/07/20 por Lusa

Mundo Líbia

Falando durante uma videoconferência ministerial do Conselho de Segurança, António Guterres exprimiu a sua preocupação nomeadamente com o reagrupamento de forças militares à volta da cidade de Sirte, situada a meio caminho entre Tripoli a oeste e Benghazi a leste.

As forças do Governo de Acordo Nacional (GAN), sediado em Tripoli e reconhecido pela ONU, "com um apoio externo significativo, continuam o seu avanço para o leste e encontram-se agora a 25 quilómetros a oeste de Sirte", disse, adiantando que as forças do GAN tentaram no passado ocupar a cidade em duas ocasiões.

Apoiado pela Turquia, o GAN combate as forças do marechal Khalifa Haftar, o homem forte do leste líbio, ajudado pelo Egito, os Emirados Árabes Unidos e a Rússia.

"Estamos muito preocupados com a concentração militar à volta daquela cidade e com o alto nível de interferência estrangeira direta no conflito em violação do embargo às armas decretado pela ONU, das resoluções do Conselho de Segurança e dos compromissos assumidos pelos Estados membros em Berlim" em janeiro, insistiu Guterres, sem designar qualquer país em particular.

O secretário-geral indicou também que as discussões patrocinadas pela ONU com representantes militares dos dois lados incluem "a partida dos mercenários estrangeiros", uma "cooperação antiterroristas", um "desarmamento e desmobilização", assim como "a possibilidade de um mecanismo de cessar-fogo".

Evocou ainda sem pormenores a possibilidade de se criar uma "zona desmilitarizada" cujo controlo seria confiado à missão das Nações Unidas presente na Líbia.

A presença na Líbia de mercenários russos e sírios (ligados ao regime sírio no caso dos que combatem com as tropas de Haftar e à oposição no caso dos que estão ao lado das forças do GAN) tem sido referida desde o início do ano.

As últimas ações militares a sul de Tripoli e na região de Tarhouna levaram à fuga de perto de 30.000 pessoas, fazendo aumentar o número de deslocados na Líbia para mais de 400.000, lamentou igualmente o secretário-geral da ONU.

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