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HRW denuncia execuções extrajudiciais de 180 pessoas em Burkina Faso

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou hoje as execuções extrajudiciais de 180 pessoas nos últimos meses em Djibo, no norte do Burkina Faso, envolvendo as Forças Armadas do país.

HRW denuncia execuções extrajudiciais de 180 pessoas em Burkina Faso
Notícias ao Minuto

15:37 - 08/07/20 por Lusa

Mundo Burkina Faso

"Nos últimos meses foram descobertas valas comuns contendo pelo menos 180 corpos, e as evidências disponíveis sugerem o envolvimento das forças de segurança do Governo em execuções extrajudiciais em massa", afirmou a organização não-governamental, num relatório baseado em depoimentos de moradores locais.

Segundos moradores de Djibo, os mortos, todos eles homens, foram deixados em grupos entre três e 20, ao longo das principais estradas, debaixo de pontes e em campos e terras devolutas.

De acordo com os moradores, os corpos foram enterrados em valas comuns "em março e abril", e tiveram "a aprovação dos militares e das autoridades locais", explicou a HRW.

Os testemunhos ouvidos pela organização apontam ainda que a maioria das vítimas pertenciam à etnia fula, que, nos últimos anos, tem tido membros a serem recrutados por grupos 'jihadistas' no Burkina Faso.

"As autoridades do Burkina Faso deveriam revelar urgentemente que transformou Djibo num local de execuções sumárias", afirmou a diretora da HRW para a África Ocidental, Corinne Dufka, citada no relatório.

Dufka acrescentou que a informação existente "aponta para as forças de segurança do Governo", e considerou que "investigações imparciais são essenciais".

Em resposta às alegações, o Governo comprometeu-se a abrir uma investigação e indicou que os assassinatos podem ter sido cometidos por grupos armados, utilizando uniformes do Exército roubados durante os ataques, referiu a HRW.

Djibo está localizado numa das áreas mais afetadas pelos ataques por grupos 'jihadistas'.

Nos últimos anos, as forças de ordem têm sido repetidamente acusadas de abusos aos direitos humanos, incluindo de mortes extrajudiciais, na luta contra grupos 'jihadistas'.

Em maio, 12 das 25 pessoas detidas por suspeito de terrorismo morreram numa esquadra em Tanwalbougou, no leste do país.

Os familiares das vítimas, incluindo um deputado, e organizações não-governamentais, apontaram que os 12 eram civis que foram apanhados durante uma patrulha e que estes foram executados com balas na cabeça, uma hipótese excluída pela Procuradoria do Burkina Faso.

O Burkina Faso é alvo regular de ataques 'jihadistas', por vezes entrelaçados com conflitos intercomunitários. Os conflitos mataram mais de 1.100 pessoas desde 2015 e obrigaram quase um milhão de pessoas a abandonarem as suas casas.

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