Enviado norte-americano a Seul nega querer reunir-se com Coreia do Norte
O número dois da diplomacia dos EUA, Stephen Biegun, que se encontra de visita a Seul, disse hoje que Washington não procura reunir-se com as autoridades norte-coreanas, num momento de impasse negocial entre os dois países.
© Reuters
Mundo Diplomacia
Biegun, que também é o representante especial dos Estados Unidos na Coreia do Norte, está numa visita oficial a Seul e Tóquio, para discutir a desnuclearização da península coreana, dando azo a rumores de que Washington procuraria retomar as relações diplomáticas com Pyongyang.
Na terça-feira, um alto funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte disse que o seu país não tencionava retomar as negociações com os Estados Unidos e desvalorizou o papel da Coreia do Sul como mediador.
Hoje, Stephen Biegun clarificou que a sua viagem ao extremo oriente, apesar de ter a questão da desnuclearização da península coreana como tema forte, não tem por objetivo qualquer tentativa de encontro com responsáveis norte-coreanos.
"Eu li comentários na imprensa dizendo que os norte-coreanos não querem encontrar-se comigo durante esta visita", comentou Biegun aos jornalistas, depois de um encontro com um diplomata sul-coreano, em Seul.
"É estranho, porque nós não pedimos nenhuma reunião com os norte-coreanos", explicou o vice-secretário de Estado norte-americano, que parte para o Japão na quinta-feira.
Biegun referia-se a um comunicado divulgado pela diplomacia norte-coreana, em que Kwon Jong Gun, alto funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros, dizia não aceitar encontrar-se com os norte-americanos, durante a visita do número dois da diplomacia dos EUA.
As negociações estão num impasse, após duas cimeiras entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em 2018 e 2019, em que a Coreia do Norte disse apenas aceitar uma renúncia parcial ao seu programa nuclear em troca do alívio imediato das sanções impostas pelo Washington -- uma pretensão rejeitada pelo Presidente dos EUA.
Perante este impasse, nos últimos meses a Coreia do Norte tem repetido que não voltará à mesa das negociações com os EUA, a menos que receba promessas substanciais por parte de Washington.
A Coreia do Norte também tem pressionado a Coreia do Sul, tendo interrompido todas as ligações diplomáticas e fazendo explodir o seu escritório de ligação inter-coreano, em junho passado.
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