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Papa denuncia "o inferno" por que passam os migrantes na Líbia

O papa Francisco denunciou hoje "o inferno" por que passam os migrantes que vivem na Líbia antes de zarparem para as costas europeias.

Papa denuncia "o inferno" por que passam os migrantes na Líbia
Notícias ao Minuto

12:33 - 08/07/20 por Lusa

Mundo Vaticano

Numa missa para assinalar o sétimo aniversário da sua viagem à ilha italiana de Lampedusa (sul), local de chegada à Europa de muitos migrantes, o papa disse: "Não imaginam o inferno que lá se vive, nesses campos de detenção. Essas pessoas só vinham com uma esperança, atravessar o mar".

Francisco celebrou a missa para recordar a sua primeira viagem como papa em julho de 2013 à ilha de Lampedusa, símbolo da crise migratória por estar localizada a meio da perigosa rota do Mediterrâneo central, tantas vezes palco de naufrágios.

Durante aquela visita, o papa escutou os testemunhos de alguns migrantes e recordou o caso de alguém que esteve longo tempo a contar a sua história e que o tradutor resumiu. Depois uma mulher que conhecia a língua africana do homem disse a Francisco que o tradutor não lhe transmitiu "nem a quarta parte das torturas e sofrimentos" que o migrante confessou.

"Deram-me a versão destilada. Isto acontece atualmente com a Líbia, dão-nos uma versão destilada da guerra", sustentou, convidando os fiéis a pensarem na situação dos migrantes no país do Norte de África.

O papa disse pensar "na Líbia, nos campos de detenção, nos abusos e violências sofridos pelos migrantes, nas viagens de esperança, nos resgates e nas rejeições" e criticou "a globalização da indiferença".

"A cultura do bem-estar leva-nos a pensar em nós mesmos, torna-nos insensíveis ao grito dos outros, faz-nos viver em bolhas de sabão, que são bonitas, mas não são nada, são a ilusão do fútil, do provisório, que leva à indiferença em relação aos outros", lamentou.

Francisco insistiu que "o encontro com o outro", por exemplo com quem foge da guerra e da miséria, "é também um encontro com Cristo".

Nos primeiros seis meses deste ano, as tentativas de atravessar a rota migratória do Mediterrâneo Central (que sai da Argélia, Tunísia e Líbia em direção à Itália e a Malta), a mais perigosa segundo a ONU, aumentaram em 150% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Os Estados-membros da União Europeia (UE) e cinco países do sul do Mediterrâneo vão debater possíveis soluções para a imigração procedente do norte de África numa videoconferência agendada para 13 de julho.

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