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Enfermeiros detidos em protestos no Zimbabué libertados sob fiança

Onze enfermeiros zimbabueanos detidos na segunda-feira no exterior de um hospital na capital, Harare, numa manifestação em que exigiam aumentos salariais, foram hoje acusados e libertados sob fiança pela justiça do país.

Enfermeiros detidos em protestos no Zimbabué libertados sob fiança
Notícias ao Minuto

19:25 - 07/07/20 por Lusa

Mundo Zimbabué

Os profissionais de saúde serão julgados "por violarem as medidas preventivas contra a covid-19, ao participarem num ajuntamento não autorizado", afirmou o porta-voz da organização Advogados do Zimbabué para os Direitos Humanos (ZLHR, na sigla inglesa), Kumbirai Mafunda.

Com exceção de um deles, "foram libertados sob fiança de mil dólares zimbabueanos [cerca de 17 euros]", acrescentou Mafunda, citado pela agência France-Presse.

Os manifestantes foram detidos na segunda-feira, durante um protesto lançado pelo sindicado dos enfermeiros (ZINA), para exigir melhores salários.

Os protestos decorreram numa altura em que o país é afetado pela pandemia de covid-19.

Milhares destes profissionais, que trabalham em hospitais públicos, deixaram de aparecer ao serviço em meados de junho, como parte de frequentes interrupções de trabalho por estes profissionais que recebem menos de 50 dólares (44 euros) por mês, e alegam que são obrigados a trabalhar sem equipamento de proteção, como luvas e máscaras.

Nos últimos meses, a polícia tem sido mobilizada para interromper protestos destes profissionais e de médicos.

Na segunda-feira, dezenas de profissionais de enfermagem com máscaras e as suas batas brancas e azuis juntaram-se para protestar em alguns dos maiores hospitais de Harare e da segunda maior cidade do país, Bulawayo.

Os casos do novo coronavírus no Zimbabué têm aumentado nas últimas semanas, na sua maioria em centros populacionais para onde regressaram migrantes da vizinha África do Sul, que são mantidos em isolamento obrigatório.

Segundo os dados mais recentes do Centro para o Controlo de Doenças da União Africana, o Zimbabué registou, desde o início da pandemia, 734 casos de infeção pelo novo coronavírus, incluindo nove mortes.

Os trabalhadores do setor da saúde do Zimbabué, como a maior parte dos funcionários públicos, argumentam que os seus salários estão a ser reduzidos pela inflação, que está em mais de 750%, com este antigo próspero país a enfrentar a sua pior crise em uma década.

As greves frequentes dos funcionários públicos criam uma pressão acrescida no débil sistema de saúde público, que já se confrontava com sérias dificuldades antes da pandemia.

As famílias dos doentes têm de fornecer os medicamentos, a alimentação e, em alguns casos, garrafas de água, com o outrora invejado sistema de saúde zimbabueano a refletir o colapso geral desta nação sul-africana.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 538 mil mortos e infetou mais de 11,64 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em África, há 11.622 mortos confirmados em quase 492 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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